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.há coisas que nunca mudam escrevi crónica 31 dezº 2006……Ainda assim, temos um país que se pensa sempre ser pequeno, mas não se mede pelo seu tamanho territorial terrestre, pois é dos maiores se considerarmos a plataforma marinha das ilhas, dantes adjacentes e hoje regiões autónomas da Madeira e Açores. Além do mais já temos as maiores pontes, os melhores estádios de futebol, a maior pizza, a maior panela de assar castanhas, o maior bolo-rei e tanta outra coisa enorme, maravilhosamente grande, cara e inútil.
No verão, por seu turno, chegam os incêndios porque não houve dinheiro para cortar o mato e des-bravar caminhos corta-fogo, porque a mata cresceu incontrolavelmente, porque os velhos já não desma-tam e os novos emigraram todos e ninguém se deu ao trabalho de tomar as precauções devidas. ano após ano. Depois, quando chove um pouco mais, o continente alaga-se e as pessoas perdem os seus haveres, porque se esqueceram de manter os níveis seguros das albufeiras, de limpar os esgotos pluviais, porque se emparedaram ribeiras, porque os patos-bravos construíram e os terrenos passaram a estar impermeáveis. Um país de extremos e nenhum deles aconselhável. Mudemos agora de assunto.