matam a língua

REVOLTANTE: O que estão a fazer com a Língua Portuguesa em Portugal, incluindo jornalistas e políticos, é um homicídio linguístico. O último exemplo é este dos jornalistas da Antena 1, os quais entrevistaram Nuno bettencourt em inglês: em Portugal, jornalistas portugueses, entrevistado português, mas tudo em língua inglesa. Foi o próprio músico a perguntar, no final da entrevista, porque é que não o estavam a entrevistar em português (pode confirmar nos minutos finais da mesma). Estão a ignorar a nossa língua e a substituí-la pelo inglês. Algo inacreditável que já acontece em institutos e até universidades. São as ovelhinhas a correr todas no mesmo sentido para se sentirem mais modernas e inteligentes. Uma idiotice sem tamanho. É a tacanhez mental e a parolice do uso do inglês ao serviço do mundo anglo-saxónico, cumprindo-se assim a subserviência exigida. Hoje até o Marcelo Rebelo de Sousa fala em inglês em Moçambique, traduzindo o português… Ridículo. Cada pequeno ou grande empresário atual, mesmo com uma clientela a rondar os 100%, se quiserem 99% de falantes de português (portugueses, brasileiros, cabo-verdianos, angolanos, etc. etc.), mesmo no interior do país, tem o péssimo gosto de dar ao estabelecimento um nome em inglês. Hoje, nos estabelecimentos nos Centros Comerciais (que passaram a designar-se SHOPPING CENTER´s) temos de pedir ao empregado para nos explicar algumas funcionalidades de determinados produtos ou obrigarmo-nos a interpretar o inglês das embalagens, porque, em muitas delas, não há tradução em português ou quando há vem em letrinhas minúsculas. Comecem a reparar nos produtos vendidos nas grandes superfícies. Até já há alguns produtos que deixaram de ter designações em português. Apesar do português ser a 5ª maior língua materna do mundo, são os próprios portugueses, incluindo, da comunicação social e do poder político, a maltratá-la. Sinto-me a cada dia como se tivesse num barco de remadores que querem afogar-se na ignorância de que falar em inglês ou usar, permanentemente, expressões anglo-saxónicas, os torna mais sábios, não remando com a própria língua e cultura lusófonas (ricas pela sua diversidades, escritores, artistas, sotaques e variações) e considerando que quem rema não se está a modernizar. Uma estupidez, porque nos países anglo-saxónicos usam o inglês para tudo e nem por isso se consideram menos modernos ou inferiores por não usarem, nos seus países, outra língua. Sei falar e escrever inglês, mas o inglês serve-me como 2a ou 3a língua de comunicação, na impossibilidade de comunicar na minha língua materna: o português… Felizmente, tenho verificado que já há muita gente a ficar incomodada com este esmagamento linguístico-cultural. As rádios foram obrigadas a ter de passar uma percentagem de música em português, por força da lei, porque, na maioria, os seus diretores queriam passar, essencialmente, música de expressão inglesa… ACHO QUE MUITA DESTA GENTE TEM COMPLEXOS DE INFERIORIDADE… Só pode, é triste a sua mentalidade… Esquecem-se do legado cultural e linguístico que têm: dos grandes escritores e poetas portugueses de sempre aos, igualmente, talentosos escritores e compositores de brasileiros, moçambicanos, angolanos e cabo-verdianos, não subestimando os demais de outros países, apenas ignorância minha por não conhecê-los tão bem… Partilho a entrevista que deixei de ouvir no início por considerar um insulto aos milhões de falantes de português espalhados pelo mundo. Devido às reações nas redes sociais fiquei a saber que no Final o próprio músico tinha ficado algo incomodado…