LUCIANO MELO: Covid-19, infectados severos ou críticos, Ventiladores, Quarentena e os Açores.

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Covid-19, infectados severos ou críticos, Ventiladores, Quarentena e os Açores.

O novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19, é o mais sério desafio que alguma vez enfrentamos nas nossas vidas. Para reter; não se trata de brincadeira nenhuma a pandemia que à entrada da 12.ª semana do ano da (des)Graça de 2020 já ceifou mais de 6 mil vidas, virou do avesso os hábitos de vivência em comunidade e ameaça fazer colapsar os pilares sócio-económicos até dos países mais desenvolvidos e com recursos que julgávamos suficientes para lidar com uma crise desta magnitude.

Dando por adquirido que a fase de negação já está ultrapassada, deixo alguns números para reflectirmos e uma conclusão cada vez mais óbvia, atendendo a que somos uma Pátria filha de Roma, com tudo o que isto significa:

1. A Itália, tem 6 vezes mais população que Portugal e, à data de ontem, registava pouco menos de 25 mil casos e 1.800 mortos, com uma taxa de mortalidade que é o dobro da média mundial;
2. A vizinha Espanha, 8 mil casos e 300 mortos, para uma população 4.6 vezes maior que a nossa;
3. Portugal, 245 casos e 0 fatalidades, sendo previsível que no decorrer desta semana, cheguemos ao (1.º) milhar de infectados e registem-se as primeiras mortes;
4. Os Açores representam cerca de 2,5% dos residentes no nosso país.
5. Por cada 1.000 casos em Portugal acabaremos por ter um n.º não muito diferente, no final, de 25.
6. Por cada 10 casos, 2, em média, são severos ou críticos, exigindo cuidados intensivos, com recurso, entre outros meios diferenciados de tratamento, a Ventilador;
7, Escolham o cenário que quiserem, o mais optimista, para facilidade de raciocínio, e perceberão a angústia e ansiedade dos responsáveis açorianos e madeirenses em “fecharem” as duas regiões.
8. Quando Portugal atingir os 2 mil doentes Covid-19, alguém se espantará que os Açores venham a contar, uns dias depois, com um acumulado de 50 casos, 10 dos quais a requererem os tão procurados Ventiladores? Ventiladores estes que são fundamentais para salvar vidas decorrentes de outras enfermidades e acidentes que ocorrem paralelamente!
9. Quantos Ventiladores existem nos Açores … doze? Estarei longe da realidade?
10. Leiam novamente e reflictam.

Oxalá a curva de evolução de novos casos seja o mais achatada possível, para que nunca falte nada a quem (mais) precisa de todos os meios para a sua sobrevivência.

A Conclusão: sem uma Vacina – que nem tão cedo estará disponível – a única forma de atrasarmos ou impedirmos a propagação deste amaldiçoado vírus é mantermo-nos EM CASA, de QUARENTENA, respeitando, sem refutar, as recomendações e ordens das Autoridades, esperando que a mudança de estação e/ou as medidas de contenção e isolamento social, ajudem a mitigar os graves danos que esta Covid-19 trouxe a todos nós.

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Comments
  • Paulo José Cabral Bom dia caro Luciano Melo.
    Não deixa de ser irónico.
    Há alguns anos atrás, estava o Luciano sentado em frente ao primeiro ministro PPC a fazer aquela pergunta que mudaria a vida dos Açorianos para sempre e que, estaremos sempre agradecidos, permitindo a vinda das Low Cost para os Açores.
    Hoje, e também muito bem, estamos a pedir para que elas não venham.
    Excelente texto com excelente análise.
    Vamos tentar todos seguir as recomendações.
    Bom dia.

    Luciano MeloLuciano Melo replied

    1 reply 39m

  • Luis Mota 12? Estávamos ricos. Temos 4 quartos de baixa pressão, que são os quartos equipados com estes materiais todos necessários, no hospital de santo Espírito, na terceira.
    1 caso por ilha e já precisamos escolher quem morre.

    Ricardo CordeiroRicardo Cordeiro replied

    3 replies 22m

  • Francisco Botelho Não se pode parar o vírus….nem se pode isolar ilhas ou manter toda a população fechada em casa durante anos…quando chegarmos a Junho terão que ser tomadas decisões difíceis….
    • Luciano Melo A Vacina terá de aparecer e o comportamento deste corona vírus tem de ser semelhante aos restantes e não resistir ao calor, dando tréguas e tempo à ciência!!! O “tem de” é crítio neste processo !

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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