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Prossegue a Retranca Em Curso.
No meio da confusão, da ansiedade de desconfiar de tantos fatores contraditórios, os dados são tão volumosos que esmagam a ansiedade.
Lista incompleta das suposições que confundem, vou chamar-lhes confunditórios, porque supositórios é palavra que já existe:
– os infetados do Porto foram contados duas vezes (mas ainda assim o ritmo desceu):
– os lares do interior começaram a reportar muitos casos;
– para evitar duplicações só iam a partir de hoje reportar dados do sistema nacional, pelo que podem ser só 70-75% dos totais (mas se os reportados também só serão 10% dos infetados…);
– mais umas centenas de testes daqui, outras dali, aumento provável de casos ligeiros detetados…
Enfim…!
E contudo, e contudo… O padrão mantém-se. A única alteração é que a terça-feira desta vez não foi de descréscimo: foi a segunda-feira (ontem). Veremos amanhã o que sucede. Mas também não foi de explosão. Dia após dia, vemos que o ritmo exponencial há quase quinze dias que não é o que temos. A contenção funciona. O isolamento social funciona. E o melhor? Os óbitos também começaram a travar! Bem antes do previsto. Só contava com essa travagem daqui a 3 dias, mas já há 3, ou seja, quase uma semana antes do previsto, que estão a afastar-se do crescimento exponencial inicial. Toda a mancha azul são vidas poupadas em relação ao esperado; toda a mancha daí às linhas verde e vermelha são quem provavelmente também já salvámos.
Os vários confunditórios acima acabam por se anular ou tornar insignificantes mutuamente.
E quanto aos lares do interior? Atente-se ao mapa que incluí hoje. Na mancha azul-clara, a mais afetada, mora 69% da população. A propagação pelos restantes 31% já atingiu os maiores centros, simplesmente não há gente suficiente por cá (pois cá moro) para alterar o panorama nacional.
Há muito sofrimento pela frente. Estamos claramente além do meio da curva sigmóide, vem aí o mês pior porque os novos infetados irão ter de ocupar os hospitais enquanto os anteriores ainda precisam de cuidados. Mas mantenhamo-nos resguardados, isto vai chegar ao fim. Como dizia o Luis Borges Gouveia, talvez perto do tão significativo 13 de maio.
