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pintura de Lena Gal -tela que serviu de inpiração e este lindo poema de Pedro Paulo Camara
Reveste-se de santidade oca e pecado puro a génese do meu eu-inválido.
Sou esta mescla azul saborosa
deitada de bruços
arqueada
nestes lençóis enrugados.
Inválida só quando pedes ou exiges e seguras firme o meu rosto pálido
com essa mão calosa e poderosa
sem hesitações e soluços,
autoritária, excitante, suada.
Aceito sempre o teu peso hercúleo e os teus lábios quebrados.
…mesmo que vendada ou cega.
Pedro Paulo Câmara

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