Faial desculpas falsas e má vontade Carlos Faria

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Meu artigo de opinião no diário Incentivo, com periodicidade quinzenal, publicado esta semana:

DESCULPAS FALSAS E MÁ-VONTADE
No meu primeiro artigo deste ano para esta coluna, quando ainda nem se pensava na pandemia, escrevi “para o ano novo de 2020 que agora começou, insisto que a prioridade do Faial se mantém: é a questão do aeroporto. É verdade que existem outras necessidades menores nesta ilha, úteis para o Governo nos desviar do essencial, mas a que serve de demonstração de que quem está no poder vai atender ao maior anseio dos Faialenses: é a pista do aeroporto da Horta”.
A última visita do Governo dos Açores ao Faial veio dar razão aos meus receios de que o executivo regional fez tudo para desviar atenções do essencial, ofertou-nos com um conjunto de projetos mais ou menos importantes e deixou de fora o principal: a ampliação da pista do aeroporto da Horta. Tal como deixou atrás aquela que talvez seja a mais antiga e a mais importante das restantes reivindicação da ilha: a conclusão da variante à cidade da Horta.
Na questão do aeroporto, há políticos no poder regional que continuam a vender a mentira de que os Açores não investem na ampliação desta pista por este ser de uma empresa privada, quando é falso! Só a gestão está concessionada à Vinci. Mas a infraestrutura é nacional, localizada nesta ilha e daqui ninguém a tira para a levar para outro lugar como aconteceu já com outros investimentos.
Vasco Cordeiro pode dar as voltas que quiser, a única verdade é que não disponibiliza verbas do orçamento regional para esta obra apenas porque: Não Quer! Não se esconde em desculpas reais de mau pagador, inventa uma falsa para a sua má vontade! Sei que há um coro de gente local que o acompanha sabendo a verdade toda, mas propaga a mentira imposta e obedecendo espera um cargo para si em detrimento de defender o interesse geral dos Faialenses.
Quanto à variante, gostei de ler um artigo na passada semana no Incentivo, escrito por um jornalista da ilha não envolvido com partidos. Este denunciava a falácia vendida pelo Governo dos Açores de que não podia completar a variante à Horta por o executivo do anterior Primeiro-ministro ter acordado que o financiamento de estradas tinha uma “prioridade negativa”. Isto quando precisamente este governo regional, que usava tal desculpa, acabava de anunciar a construção de duas variantes na ilha de São Miguel. Aprendam: para nós a desculpa de que o tipo de projeto não cabe nos financiamentos comunitários mas ao mesmo tempo cabem dois se for para outra ilha.
Assim vemos que as duas obras em que os Faialenses mais se envolveram nas suas reivindicações são precisamente as que o Governo dos Açores não atende. Tal deve-se apenas à falta de vontade do Governo Regional em resolver as necessidades maiores do Faial. Má Vontade, insisto, e algumas pessoas aqui residentes e encostadas ao poder repetem os falsos argumentos mandados de cima para nos enganar. Só não vê quem não quer ver a verdade. Mas em democracia somos livres até de apoiar a mentira e de nos deixarmos enganar.
Apesar da recusa de Vasco Cordeiro em atender ao essencial desta ilha, reconheço que o Governo dos Açores deu-nos um conjunto de outras prendas interessantes e benéficas para o Faial de modo a nos entretermos com isto e não darmos atenção ao essencial e estou convencido que muitos até ficam imensamente agradecidos e deixam-se levar neste engodo.
Cortar fitas de uma obra que ainda não sabemos quando e como vai entrar em funcionamento, assinar protocolos de cooperação com instituições da ilha e anunciar projetos foi de facto uma mão cheia de prendas que o Governo dos Açores no legou. Só faltou mesmo o mais importante: assumir comparticipar na ampliação da pista do aeroporto da Horta de modo a facilitar e a desbloquear a execução desta pretensão; e assegurar a construção da segunda fase da Variante à Horta, uma infraestrutura fundamental para o bom desempenho do projeto do Município e já em implementação de arranjo e reordenamento da frente-mar da cidade.
Para já há quem continue a tentar tapar-nos os olhos e a camuflar a verdade dos factos, enquanto outros conscientemente não querem ver a verdade, mas a democracia tem destas coisas.