Eutanásia. A decisão mais importante da nossa vida (por Alexandre Quintanilha)

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Foi por vontade de outros que nascemos; não devemos exigir o mesmo da nossa morte
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Foi por vontade de outros que nascemos; não devemos exigir o mesmo da nossa morte
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  • Sérgio Gomes Nós não temos nem podemos ter o controle da forma nem da data da nossa morte, a beleza da vida é o não sabermos quando como e onde nos apagamos…
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    • Richard Zimler Sérgio Gomes Compreendo. Não estou a tentar mudar a sua opinião. Obviamente, tem todo o direito de a ter! E respeito a sua maneira de ser. Só não quero que alguém ou algum estado desrespeite o meu direito ou o direito dos outros de por fim a um sofrimento insuportável.
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  • Elisabete Viana Richard já não é a 1a vez que traz este assunto a debate. O que eu gostaria de salientar é o seguinte. A maioria das pessoas crê (trata-se de uma crença) que se for autorizada e legalizada a Eutanásia em Portugal que essa prática vai ser generalizada , o que não é verdade. Antes de mais, cada cidadão passa a ter o direito de decidir, mesmo antes de adoecer, se deseja ou não passar por um percurso de sofrimentos vários antes de morrer e de escolher o momento de parar.
    Conto-lhe aqui a história do meu bisavô que não queria morrer senil nem débil. Serviu em duas guerras sangrentas, a civil de Espanha e contra Hitler na 2a grande guerra. Viu a morte nas suas inúmeras expressões. Suicidou-se com 86 anos, não porque estivesse farto da vida ou que não tivesse uma família que o apoiava mas sim porque sentiu que estava a ficar senil. É dessa decisão que creio eu que estamos a falar quando debatemos o assunto Eutanásia. Sou a favor. Existem sofrimentos que se não os quisermos devemos de poder escolher. Quem não assim o entender, pode sem qualquer sombra de dúvida não ir pelo caminho da morte assistida. É esta a liberdade. É isto que se pretende permitir às pessoas: escolher.
    Obrigada Richard por trazer este assunto a debate mais uma vez. Abraço.

     

    Richard ZimlerRichard Zimler replied

    3 replies 3 hrs

  • Cândida Sousa Somos donos da nossa vida, se envelhecemos demasiado e não queremos viver mais,. temos o direito de a interromper. Por esse motivo, só no ano de 2019, se suicidaram mil idosos

    Esta manhã uma reportagem na RTP deixou a entender que a perspectiva “oficial” de judaismo em relação à eutanésia é uma proibição. Não é verdade. É, de facto, completamente falso.
    1) Não há uma posição “oficial” em judaismo. Temos correntes e ramos diferentes (Reformistas, Conservadores, etc…). Juidaismo não tem um equivalente do Papa. Temos peritos na lei judaica (rabinos e outros) de correntes e ramos diferentes.
    2) O leque de opiniões (dos tais peritos) sobre a questão é enorme. Em geral, os peritos ortodoxes dizem que a eutanásia devia ser proibida (baseando a sua opinião no Antigo Testamento, no Talmud, etc..) Nos outros ramos, os peritos evidenciam todas as perspectivas. Há muitos rabinos reformistas e conservadores que favorecem a legalização da eutanásia (baseando a sua opinião, mais uma vez, no Antigo Testamento, no Talmud, etc…).
    3) Para os milhões de judeus que não fazem parte de uma comunidade (como eu), a opinião dos rabinos e dos peritos conta para muito pouco. Em geral, estamos a favor de uma separação total entre a religião e o Estado.
    4) Irrita-me imenso que os média apresentem a opinião de um representante da comunidade de Lisboa como a opinião “oficial” dos judeus. A opinião de um representante da comunidade lisboeta só representa a comunidade lisboeta, mais nada.

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