Esta gente está louca e sem freios e tem de ser travada.»

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«No caso da mãe do meu amigo, que sofre de Alzheimer, relembro, vai ter de ir a outra consulta e deverá ainda ter de sair para fazer uma cirurgia. Como de cada vez que sai volta a contar do zero, espera-a um período de mais de um mês em isolamento. O mesmo isolamento que os tribunais equiparam a prisão domiciliária nos Açores.

Mas, na verdade, quem vai para os Açores sabe ao que vai e só se pode queixar de si mesmo. Eu só não estou neste momento na ilha do Pico porque não estou para me sujeitar a autocratas das ilhas. Alguém que vá e que seja despejado num hotel em confinamento obrigatório, policiado por agentes da autoridade, sabia do risco que corria. Já um velho com uma doença neurológica avançada não tem escolha. Nem consigo imaginar as consequências de mais de um mês de isolamento na saúde mental da senhora, que, apesar de o diagnóstico lhe ter sido feito há 10 anos e de não ter noção espácio-temporal, continua a falar bem e a ter alguma autonomia (comer sozinha, por exemplo).

Esta gente está louca e sem freios e tem de ser travada.»

Para os tribunais portugueses, confinamentos obrigatórios sem que haja sintomas de covid são equivalentes a prisão domiciliária e ilegal