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Duas guerras, agora não.
Não é ainda tempo de julgamento político, nem ético-moral e jurídico-constitucional daqueles que prejudicaram de forma grave e violenta os açorianos: uns por ação, outras por omissão, uns cá nas ilhas, outros lá.
A história julgá-los-á…
Não é tempo de discutir política regionalista ou centralista, mas sim de concentração total na saúde dos açorianos.
Aliás, a existir uma guerra, deve ferir-se de forma frontal os generais e não outro oficial de menor patente, que nos condenaram com uma interpretação jurídico-constitucional absurda e contra a própria axiologia da lei fundamental – o direito à saúde e à vida.
Perdemos a guerra do encerramento dos aeroportos, mas a do combate ao coronavírus, teremos de vencê-la com o mínimo de baixas possíveis.
Os especialistas já se pronunciaram.
A ciência ainda não respondeu com uma vacina e não se prevê que tal aconteça em poucos meses.
Embora derive de parasita, a vacina da malária ainda não existe com mais de 8 anos de investigação.
Sem prejuízo de outras medidas conjunturais é necessário de imediato:
– Reconhecer reiteradamente o trabalho daqueles que estão na linha da frente e não esquecer o apoio às suas famílias e a eles próprios, e sobretudo, quando a crise passar, compensá-los com acréscimo de férias, gratificações, promoções ou outras.
Os políticos, depois do pânico, não poderão esquecê-los.
Talvez fosse um bom estímulo e um bom tema para a reflexão dos deputados, que agora não reúnem em plenário.
– Promover e acentuar as relações com o Governo Regional da Madeira, de resto, aliança que vem do passado recente, e agora com o nosso maior problema autonómico, é motivo para estarmos juntos.
Aquela unidade ganharia uma força na reivindicação com os “amigos” de Lisboa, se a situação nas ilhas se vier a agravar para níveis incontroláveis.
Mas também beneficiando de experiências conjuntas, poderiam ser aplicadas em simultâneo, medidas extraordinárias que beneficiariam ambas as regiões e com maior impacto nacional.
– Dotar todos os profissionais de saúde dos meios de proteção necessários. É obrigatório ter a consciência que em caso de calamidade pública temos poucos recursos humanos na área da saúde pelo que a ausência daqueles em quarentena ou infeção é uma autêntica fatalidade.
– Consciente de que há uma elite política traumatizada com o Estado Novo, sempre receosa da colaboração das Forças Armadas. A verdade é que estas não são um apêndice oneroso do Estado – mas sim o próprio Estado.
Aliás, se isto é uma guerra, como dizem alguns políticos, teriam que ser os militares em primeiro lugar a confinar, a delimitar, a colaborar com as outras forças de segurança, antes que seja tarde de mais.
Os militares têm estrategas que planeiam com rigor e executam com eficácia, o que a população agradeceria e não ficaria desgostosa da intervenção daqueles.
Nas dificuldades da segunda guerra mundial, se não fossem estadistas como Churchil, Roosevelt de Gaulle, o que teria acontecido? Onde anda o decadente ocidente?
Precisamos de estadistas.
Descendo aos Açores, alguém desconhece que há zonas da ilha de São Miguel, que por motivos de natureza económica, social e cultural necessitam de uma intervenção efetiva, sabendo que as forças de segurança têm um número de agentes reduzido naquela ilha, para uma maior intervenção e de mais longa duração.
-A não resolução e diminuição dos reclusos nos estabelecimentos prisionais dos Açores e em caso eventual infeção, constituirá uma elevada pressão sobre o Sistema Regional de Saúde em caso de elevado número de reclusos infetados. Urge a alternativa da prisão domiciliária, do perdão de penas, indulto, entre outras medidas a aplicar pelo Juiz de Execução de Penas.
-Por último, testar, testar, testar.
Soube-se ontem que a Rússia é o terceiro pais com maior número de realização de testes e tem proporcionalmente o menor número de infetados.
Seria desadequado testar os que estão em vigilância ativa?
Desejando que todos se encontrem bem e em recolhimento domiciliário.