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Autonomias Condicionadas – Parte II
A Autonomia Condicionada externa e autolimitada regionalmente sem adaptação ao contexto mundial terá dificuldades em acompanhar a revolução tecnológica e a derivada das alterações climáticas com uma economia verde a liderar nas próximas décadas.
A transformação da sociedade açoriana não tem o ritmo das mais desenvolvidas com a maior divergência com o mundo evoluído.
A revolução digital e a revolução verde parecem ainda não terem chegado ao horizonte dos Açores, não fazendo parte do discurso político, nem da reflexão coletiva.
Uma sociedade que não acompanha esta transformação estará condenada ao fracasso e à miséria.
A nossa educação e cultura mantém as profundas assimetrias sociais, apesar dos recursos financeiros que entraram na região há mais de 40 anos.
Os últimos dados sobre a educação nos Açores são catastróficos, o número de licenciados ou o abandono escolar, ou aqueles que frequentaram o ensino secundário, com resultados com metade da média do país, que por si só já apresenta uma divergência com a Europa evoluída, quando seria tão fácil copiar as políticas da Finlândia ou Nova Iorque.
Nem uma singela reflexão sobre o ensino público e o privado permitiria outros resultados com o reforço do estatuto do professor e a não discriminação dos alunos numa e noutra modalidade de ensino, nada de bom podemos augurar nos próximos anos.
A ausência de educação e de cultura diminui o nível económico e social e incentiva a prática de condutas marginais muito alheias à concretização e defesa de valores de cidadania.
Em período eleitoral, a abstenção é, porventura, das mais graves manifestações da ausência de uma consciência cívica mínima que demonstra mais preocupação pelo coletivo, que pelo EU.
A educação e a cultura cria cidadãos autónomos, pressuposto para a verdadeira democracia, sem prejuízo que a economia e a sociedade dificulta o aparecimento de profissionais autónomos em quase todos os sectores da sociedade açoriana, desde profissionais liberais, a jornalistas, desde lavradores a pescadores.
Na noite eleitoral, que aí vem, de novo os partidos lamentarão a profunda abstenção, se bem que neste ato eleitoral terão uma pequena desculpa com o Covid-19 , se esta for muito superior em relação às últimas eleições regionais.
Virão mais teses, estudos e escribas, sempre ao lado da questão essencial que é quem vota e por que vota.
Com aquela baixa cultura cívica eleitoral, votam aqueles apenas que têm interesses económicos ou socias, pessoais ou profissionais, e assim, definem o destino coletivo.
Com uma abstenção muito elevada, muito poucos podem mandar em muitos.
Os jovens que por diversas razões podem ser discriminados devem votar, nem que seja por causas que apreciam ou valores que defendem.
Estes jovens que não podem fazer da política profissão, uma vez que os lugares estão todos tapados, pois os cargos políticos são ocupados por verdadeiros profissionais o que traduz um bloqueio significativo na renovação partidária, a que não é indiferente a abstenção, a extrema direita e a extrema esquerda.
A cristalização da sociedade com a não alternância democrática implica muitas vezes uma autoridade e um jus imperii que não possibilita a mobilidade geracional na atividade política.
A sociedade açoriana do séc. XXI trilhará um bom caminho?…
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