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Eleições Presidenciais ou Plebiscito a….
No rescaldo das eleições referenciadas que saiu vencedor e, portanto reeleito o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, abstemo-nos de qualquer tipo de comentário sobre o seu resultado já que, muito se leu e ouviu sobre o assunto. Das suas consequências no panorama político-partidário veremos mais cedo do que se pode julgar, o vendaval que aí virá.
A grande “chatice” que vai ser, e atingirá os Açores, será a continuidade territorial a que nos obrigam. Dos desaguisados que já existem entre a chamada direita à portuguesa, o desmembramento anunciado do CDS/PP e as veladas ameaças do André a Rui Rio quanto à continuidade do “acordo” de sustentação do governo dos Açores, teimosamente apelidado de regional, peçamos a todos os Santos que o nosso tão amigo anticiclone, leve para longe a tempestade que naquele jardim à beira mar plantado se antevê.
Palmas, aplausos q.b. à vitória que os açorianos deram a Marcelo Rebelo de Sousa. Vezes há que nos perguntamos se os açorianos são dos que dizem “quanto mais me bates mais gosto de ti”. No “filme”da noite eleitoral e depois dos resultados conhecidos, a RTP (dita de Açoriana) emitiu um elaborado trabalho referenciando Marcelo Rebelo Sousa como o presidente da República Portuguesa que mais visitou os Açores. Sem dúvida que como turista, merece um colar de “hortênsias azuis e brancas” da próxima vez que pise uma das nossas ilhas.
Procurando recordar essas visitas, para além de algumas de caráter político e institucional, obrigatórias, de quem se diz também nosso presidente, tidas no reconhecimento de algumas catástrofes que nos atingiram, não podemos esquecer também as afrontas recebidas e, das quais indicamos algumas. A afirmação de que a Revisão da Constituição no quadro que refere a melhoria da Autonomia dos Açores, não é urgente e pode esperar. Teimosamente mantém e exorta o cargo de um Embaixador adjetivado de seu “representante”, tal capitão donatário dos tempos idos. Quando aqui e acompanhado de um forte dispositivo militar, comemora o dia de Portugal em antecipação, (pois tem que o fazer no seu próprio dia e no respeito pela data na Diáspora dos EUA) numa afirmação “colonialista” para afirmar que aqui é Portugal e, desprezando os nossos símbolos institucionalizados, quer na Constituição quer no Estatuto Autonómico. Na visita ofensiva que S.Ex.ª, fez ao Nordeste para cumprimentar os familiares das vítimas do Covidis19, depois de fazer orelhas moucas à solicitação do Presidente do Governo dos Açores na proibição dos voos Portugal/Açores, dando cobertura ao governo central com a malfadada e dita constitucional ”continuidade territorial”. O seu moquenco silêncio quiçá urdido com o seu Embaixador, no concubinato urdido na constituição do XII governo dos Açores também tem o que se lhe diga.
Em suma… o Professor, o constitucionalista, o irresistível comentador…para além de continuar a ser o presidente de todos os portugueses, vai continuar a ser o “Marcelo”.
A bem da verdade se diga, sem fundamentalismos ou outra qualquer adjetivação possível, que nenhuns dos candidatos que se perfilharam nessa maratona à Presidência da República Portuguesa servirão ou serviriam os Açores e os interesses de nós Açorianos. Olhemos e revejamos os seus programas. Sobre os Açores “NICLES”.
Do insólito ao ridículo
Eduardo Baptista, um desconhecido tenente-coronel, conseguiu a proeza de, não sendo formalmente candidato, ter o seu nome nos boletins de voto das eleições Assim se põe ao ridículo as instituições políticas nacionais. Tribunal Constitucional e Comissão Nacional de Eleições. Este “candidato” sem fazer campanha mostrou como o sistema está simplesmente caduco, refém da burocracia enquadrada em leis subtis e ultrapassadas que levam a situações insólitas e bizarras como esta. O tenente-coronel Eduardo Baptista poderá ser candidato ao Guinness como sendo o primeiro, a constar num boletim de voto sem ter propriamente existido candidatura. E esta hein!
Como “votamos”? Como dissemos que o faríamos no nosso último Artigo – Eleições Presidenciais …Abstemo-nos ou votamos? Fizemo-lo em “branco”, forma muito clara de dizer, que nenhum dos candidatos, serviria os interesses dos Açores e do seu Povo no Direito que nos assiste, explicito na Declaração dos Direitos do Homem.
O primeiro requisito para uma ordem social melhor é o retorno
à liberdade irrestrita de pensamento e de expressão. “
José Ventura
2021-01-30