efeitos de uma guerra nos açores

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11 de dezembro de 2022
Efeitos de uma Guerra
1- Estamos a quinze dias do Natal e, nesta época, muitos vão ser aqueles para quem a festa que celebra a alegria pelo nascimento de alguém, será um dia sombrio e gelado, como tantos outros, que vão fazendo crescer dia-a-dia o endividamento sem que consigam estanca-lo porque continua a falta-lhes o suficiente para fazerem face aos encargos com a alimentação, com os custos de educação dos filhos e com o pagamento da prestação da casa.
2- A inflação em Portugal ao longo do ano de 2022 situa-se em 7,8%, quando no ano de 2021 foi de 0,9%. Isto é, a taxa até Setembro deste ano é o valor mais elevado desde 1993, ou seja, regredimos 29 anos.
3- Enquanto isso, os preços no consumidor crescem 6,4% em 2022, excluindo bens energéticos, quando em 2021, em ano ainda de pandemia cresceram apenas 0,4%.
4- A galopante taxa de inflação tem um impacto na subida das taxas de juro decretado pelo Banco Central Europeu e atira os juros dos novos contratos de crédito à habitação para 2,86% em Outubro deste ano, quando em 2021 era de 0,83%.
5- As taxas de juro à habitação no país são as mais elevadas da União Europeia. Estas são consequências e culpa do endurecimento da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) para travar a inflação na Zona Euro. É caso para dizer que o “doente” não morre da doença, mas sim da cura, e quem sofre são os que sempre pensaram que tinham encontrado a Terra prometida onde iria jorrar mel e paz.
6- Apesar de toda a evolução da humanidade, os ciclos repetem-se com outras roupagens, mas a génese mantém-se. A guerra na Europa que nos levou à situação que temos é prova disso, porque enquanto há pessoas a morrer devido à guerra, vamos aguardar e ver o que acontecerá aos milhões de pessoas que na Europa estão expostas ao frio, à neve e às tempestades resultantes das condições climáticas, mas que estão condicionadas no aquecimento devido às restrições energéticas e à falta de posses para comprarem o gás e a energia para os aquecer.
7- Mas, enquanto essa é a realidade dos povos da EU, a mesma guerra tem o reverso da medalha, com a indústria de armamento, a receber o maná, que lhes advém do fabrico de armamento de guerra, com a introdução de tecnologia de ponta que o torna mais sofisticado e descartável, alimentando, desse modo, as linhas de produção e os lucros incalculáveis daí resultantes.
8- Enquanto isso, na Região está em marcha a reestruturação societária do Grupo SATA, cumprindo-se, desse modo, a orientação da União Europeia. Tal como era desejo dos trabalhadores, o Governo reconduziu, e bem, o actual Presidente da empresa para iniciar o novo ciclo que levará à privatização da Azores Airlines.
9- Dois importantes sectores da economia Açoreana, a agropecuária e o turismo, estiveram na ordem do dia. A Associação Agrícola mostrou o melhor que a Região tem no gado leiteiro, e terminou depois com a celebração dos 30 anos da fundação da Federação Agrícola dos Açores, juntando e homenageando todos os secretários regionais que tiveram a cargo aquele sector. Foi um momento de união que merece ser tido como exemplo no plano político.
10- Depois, foi o Turismo que mostrou no Congresso da APAVT a potencialidade que temos e deixou como mensagem que o Turismo deve ser ponto de união de todas as Ilhas e não de cisão.
11- O ano de 2023 vai chegar com grandes incertezas, e o Turismo vive da procura externa, e não se sabe como se comportará a economia nos países emissores. O peso que tem já o Turismo no sector terciário obriga a cautelas quanto à qualidade no acolhimento, e nos custos de estadia para que não se mate a galinha dos “ovos d’ouro”.
12- Natália Correia nasceu a 13 de Setembro de 1923 em São Miguel e em Setembro fará 100 anos. Foi uma lutadora pela Cultura e contra o Estado Novo, esteve presa durante três anos. Foi política e autora do Hino dos Açores. É tempo da Região começar a preparar o programa do seu centenário.
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