A chamada Revolução Bolchevique não foi uma revolução. Foi uma reacção à modernidade, às ideias liberais que chegavam timidamente à Russia idas da Europa. Lenine e os seus seguidores aproveitaram a repressão brutal imposta por um czar mentalmente apoucado e pusilânime, dominado pela aristocracia mais conservadora, à revelia do governo esclarecido que encorajava a industrialização.

Do mesmo modo, também o regime imposto por Putin visou bloquear a oportunidade de liberdade e de progresso aberta por Gorbatchov e Ieltsin.

Mais do que duma alegada repressão das reivindicações da população russófona do Donbass, ou dum alegado cerco e ameaça da NATO ao espaço de segurança da Russia, a invasão brutal da Ucrânia deve-se ao medo de Putin do contágio da Russia e do regime que impõe pela democracia, liberdade e o progresso da Europa liberal.

Apesar de hoje nem haver, como havia no período soviético, um Politburo como o que foi capaz de demitir Krutchvev, aposto que dentro de seis meses Putin terá desaparecido da Russia. E os Russos terão uma nova oportunidade de liberdade e de progresso.