Views: 0
DESCANSEM DA CAMPANHA, NEM CRISTO E APÓSTOLOS AGUENTAM – 15.9.19, CRÓNICA 286
Li analistas comentarem que os mais de 7 milhões de euros gastos pelos 23 partidos nas eleições de 2019 (nos Açores 17) poderiam ter sido empregues em algo de útil, criador, inovador, ou para tapar buracos nas contas do SNS, da ADSE, hospitais, escolas, eu sei lá!
Voltamos à campanha pura e dura nas ruas, TV, jornais, outdoors (placards), mercados, parece a cena quando os ursos terminam a hibernação e começam à procura de comida, perdão, de votos. Lambuzadelas aqui, abraços, afetos e selfies, a capacidade infinda de fingir que ouvem o que os eleitores dizem, em arruadas, comícios, jantares, tal como no séc. XIX. Depois, não se admirem com os valores elevados da abstenção, ou com os extremismos, que os há extremismos em todos os quadrantes. O desapego do eleitor ao voto é proporcionalmente inverso às queixas que terá depois das eleições.
O fosso entre votantes e votados criou um vácuo, não acreditam nos partidos mas querem acreditar em alguma coisa, e surgem os sebastiânicos salvadores da pátria e de ilusões, luta contra a corrupção, etc.. Muitos irão na onda do voto a quem defende o fim de subsídios à produção de carne, leite, mel (violência contra as abelhas, mas não é a natureza que as obriga a produzir mel?) e há sempre ideias geniais: separar os galos das galinhas para evitar que sejam violadas. Neste fundamentalismo vegan e outros perde-se o respeito pelo ser humano espartilhado em mais de vinte géneros (alguém se esqueceu de dizer que a ciência conhece o género masculino e o feminino?) e com a impunidade que o politicamente correto acarreta, as mentes se vão deformando (diria eu) manipuladas em tiranias inesperadas e quando acordarem será tarde.
Por isso, sigam os conselhos das campanhas de marketing como a da Apple que anunciou um novo iPhone capaz de tudo e mais alguma coisa, e que eu não comprarei (a única coisa que precisava para me convencer era cozinhar uma bela sopa de legumes). Quem não gosta de tecnologias pode ir seguindo as vidas, escândalos e perversões de ricos e “famosos” com que se vendem revistas e programas de TV tão sedativos que a carneirada nem dá conta. Queria um mundo mais justo (sem ricos muito mais ricos e nós, cada vez mais, pobres), em que os vendedores de armas e os bancos fossem à falência, e os produtores de comida a distribuíssem equitativamente por todos, sonhos e utopias antigas que nenhum político promete pois há limites mesmo para as promessas a incumprir, mesmo pelos políticos.