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Mesmo sabendo até que ponto isto vai contra a corrente … ou talvez por isso.
🧐 Antigamete na escola
havia os … ‘burros’ … ‘gordos’ … ‘caixa de óculos’ … ‘sem sal’ … ‘pretos’ … ‘chineses’ … ‘indianos’ … ‘artolas’ … ‘maricas’ … etc.
Os ‘burros’ chumbavam !
Não se tornavam doutores como hoje em dia.
Mas a fasquia era definida pelo marrão da turma !
Não era nivelada por baixo como agora.
Somos todos iguais … diz-se !!
Antes não parecia que fossemos !
Mas o ‘gordo’ também tinha notas brutais e ninguém sabia como !
Talvez porque não jogasse à bola !
O ‘caixa de óculos’ tinha um sentido de humor inigualável mas não fazia corridas pois tinha medo de cair !
O ‘preto’ jogava à bola como ninguém e fazia umas fintas inimagináveis !
Tinha um físico fora do comum !
O ‘chinês’ tinha vindo de outra escola, sabia à brava inglês, e tinha histórias que não lembravam a ninguém.
Cada um tinha um «defeito», até uma alcunha !
Mas tinha ou lutava por ter também outras qualidades.
Hoje não.
Dizem que somos todos iguais.
Agora, tudo ou é bullying … ou racismo … ou xenofobia … ou opressão … ou assédio … ou violência !
Antigamente, quando se era mesmo racista, levava-se um “chapadão” na tromba e aprendia-se logo que o ‘preto’ era como nós outros !
Apenas tinha cor diferente.
E não era bullying ! … Era ‘aprendizagem on job’.
Aprender assim era duro pois dói e não se esquece mais.
E às vezes em casa com os pais também se ‘aprendia’.
O menino ou menina ‘sem sal’ passava despercebido(a) e sentia-se sozinho(a).
Ter uma alcunha diferente era fixe.
A diferença era vista com bons olhos.
E aprendia-se uma coisa importante:
– rirmos de nós próprios.
E não “chorarmos” porque alguém nos chamou isto ou aquilo.
Assumia-se a gordura … o ‘esquelético’ … a ‘caixa de óculos’… e tudo o mais que viesse.
Mas quando não se estava bem, quando não se gostava da alcunha, fazia-se uma coisa importante:
– mudava-se, lutava-se por acabar com ela.
Não se culpava os outros nem a sociedade.
Não se faziam ‘queixinhas’ !
E falhava-se … Muitas vezes !
Mas cada vez que se falhava ficava-se mais forte.
E sabíamos que era assim. Que havia uns que conseguiam, outros ficavam para trás, que havia quem vencia e quem falhava.
Agora não.
Todos somos iguais, há mesmo a chamada igualdade de género !
Todos somos bons … todos merecemos … todos temos as mesmas oportunidades … todos devemos até ganhar o mesmo … todos somos vítimas … todos somos oprimidos … e todos somos parvos …. porque aceitamos este ambiente do ‘politicamente correcto’ sem dizer nada….. e até devemos dizer que somos ‘normais’.
Segundo o novo paradigma social, devem ter muito cuidado comigo, porque:
– Sou velho ou quase … tenho mais de 50 anos …e quando chegar à reforma, se chegar a ela, o que vai fazer de mim um tolo …improdutivo … que gasta estupidamente os recursos do Estado;
– Nasci branco, o que me torna racista;
– Não voto na esquerda radical, o que me torna fascista;
– Sou hetero, o que me torna um homofóbico;
– Possuo casa própria, o que me torna um proprietário rico (ou talvez mesmo um latifundiário);
– Gosto de cordeiro de leite, … o que me torna um abusador de animais;
– Sou católico e, embora não praticante, sou um infiel aos olhos de milhões de muçulmanos;
– Não concordo com tudo o que o Governo faz, o que me torna um reaccionário;
– Gosto de ver mulheres bonitas bem vestidas (ou despidas), ou super decotadas, o que me torna um tipo capaz de assediar;
– Valorizo a minha identidade portuguesa e a minha cultura latina, europeia e ocidental, o que me torna um xenófobo;
– Gostaria de viver em segurança e ver os infractores na prisão, o que me torna um desrespeitador dos direitos “fundamentais” protegidos;
– Conduzo um carro a diesel, o que me torna um poluidor, contribuindo para o aumento de CO2;
Apesar de estes defeitos todos, acho que ainda sou feliz …era mais antes da pandemia…. mas mesmo assim … considero-me um ‘gajo normal’!! 😎