crónica de joão severino

QUE FALEM OS SOLÊNCIOS
Exclusivo (3)
AS TAILANDESAS DE MALLONE
A vida nocturna de Mallone era um rodopio imparável. Como se fosse de dia. O movimento rodoviário era estonteante e os táxis não paravam um minuto. As casas de massagens com tailandesas necessitavam de um licenciamento especial para “importar” as meninas…
– Licenciar as meninas, amigo Frosque?
– Não tenhas dúvidas Mariano! Normalmente existia um intermediário amigo do secretário do governador que levava para assinar a vinda de 30, 50 ou 100 meninas.
– E depois?
– Depois os proprietários das casas de massagem pagavam um dinheirão para que o intermediário agradecesse o licenciamento.
– Mas, isso era uma fortuna que estava em causa.
– Certo! Conforme o número de meninas que eram necessárias, assim era o prémio para a assinatura de licenciar.
– Isso era um maná!
– E sempre foi assim em Mallone.
– E as massagens eram boas?
– Boas eram as meninas, que tinham um número sobre a bata que vestiam e que os clientes escolhiam através de um largo vidro que servia de montra do “material”. As massagens eram de vária ordem. Haviam massagens normais em que alguns clientes tratavam das mazelas na coluna vertebral. Outras massagens serviam apenas para excitar o cliente e conforme o que pagavam eram contemplados com sexo oral ou vaginal.
– O que me dizes é prostituição…
– Sim era o que mais existia em Mallone. Prostituição das mais variadas formas. Não te esqueças que havia um pouco de todo o género com as mulheres locais, na maioria chinesas, depois começaram a chegar russas, moldavas, portuguesas, indonésias… tudo ao gosto do freguês. Em Mallone até tivemos os primeiros travestis que chegaram da Tailândia e que deixaram os “senhores importantes, incluindo um director de jornal, que não largavam os travestis”.
– E não se topava logo que eram homens?
– Nem pensar, eram lindos que se apresentavam mais femininos que muitas mulheres. Quando chegaram passaram a frequentar a discoteca mais frequentada e era ver os para-quedistas a dançar com eles, aliás, os travestis não eram tratados como homens ou mulheres, mas sim como “raparigos”…
– Ah…ah…ah… é pá, só tu é que me fazes rir… isso deve ter sido um gozo diabólico.
– Foi uma fase que perdurou no tempo e um dia até numa piscina de hotel, o gerente deparou-se com um director de Serviços do governo a banhar-se com um “raparigo” e a beijarem-se na boca.
– É pá, que pena de não ter vivido em Mallone onde o que tu me contas devia ter sido um mundo único.
– O pior não era isso.- Então?- Era o abuso que os secretários do governador, directores de Serviços e os que administravam empresas abusavam das suas secretárias ou outras mulheres que chegavam a Mallone para as mais diversas funções, nomeadamente, enfermeiras, advogadas e até arquitectas…
– Bem, realmente uma vez li num jornal que Mallone era um antro de tudo isso e mais alguma coisa.
– Por acaso esse tipo que escreveu tudo o que leste devia estar caladinho, porque recordo-me de ele ter escrito o pior de Mallone e que nunca lá poria os pés. Mais tarde, esse mesmo pilantre foi a Mallone, com todas as mordomias pagas e disse que Mallone era uma maravilha…
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Antonio Lobo

Percebi tudo e vi o que se estava a passar . Mas o Sr não refere os oficiais da polícia e militares que com tanta rata perdiam a cabeça.Um amigo chinês amigo dos Portugueses que um dia me disse em português o que os chineses antigos diziam dos militares em jeito delegar soletrando “ português de Portugal “ …ode bem e paga mal”
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  • Paulo Pantoja Silva

    Não há outra igual, Mallone.
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