crónica de FRANCISCO MADRUGA

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Até o ´”Alexandre” já fechou!
Funcionou mais de 40 anos na cidade de Aveiro. Frequentei-o por volta de 1984 e nunca mais deixei de ser cliente. Fui agora fisgado para ir saborear o famoso “Bife à Alexandre”. Apesar de a cidade estar pejada de turistas e de obras, ainda dá para reconhecer na Lourenço Peixinho, muitos dos edificios Arte Nova, que conseguem sobreviver à pressão urbanística. Casa sim, casa sim, uma esplanada e o recuerdo dos “ovos moles”, nem a “tripa do zé” os bate!
Se a estação da CP, no cimo da avenida, fosse a montra da cidade, teríamos um bom cartão de visita.
O “Alexandre” já fechou e as Livrarias também!
Comecei a memorizar só as da Lourenço Peixinho e limitrofes, pois era aí que se concentravam.
A Avenida, a Rodrigues, a Bertrand (onde durante muitos anos a Conceição foi a Livreira), a Oita (do amigo Mário Rocha e do seu livreiro David), a Vieira da Cunha (do Sr. António, que boa livraria), o Quiosque do João Rocha, a Católica (que ainda por lá mora), a ABC (do Carlos), a dos Arcos, agora Socodante ( onde tive o prazer de conviver com o Fernando Mouta e a Celeste Galo), a Santa Joana, a Estante do Proença ( O homem mais louco dos livros de Aveiro. Gráfico, editor, livreiro e vendedor. Continua nos seus 80 e muitos anos a trabalhar diariamente com os seus livros, apesar da oposição da família). Que justa homenagem mereceria da sua Câmara Municipal. Mas continuemos com a Contracapa, a Académica, a Ibéria e os Serviços sociais da Universidade de Aveiro. para o fim a Lápis de Esgueira. No outro extremo “morava” o escritório da Bertrand onde o Antero Braga e o António Dos Santos davam “guita” às Livrarias Bertrand do Norte. Era assim o mercado livreiro desta cidade. Agora, quase todas fecharam. A grande distribuição com as suas catedrais em Centros Comerciais. A Bertrand, a Leya a FNAC e os Hipermercados. Destes tempos encontrei dois livreiros a Celeste Galo e o António Proença. Outros tempos, novas tecnologias e novos algoritmos. Onde moram os livros e os restaurantes das coisas boas da terra? Acabei por ir ao Madrigal Restaurante, junto ao Mercado Manuel Firmino, mesmo paredes meias com o cine-teatro Avenida, palco do III Congresso da Oposição Democrática (4 a 8 de abril de 1973), ponto de viragem da luta contra a Ditadura fortemente reprimido pelas forças policiais e pela PIDE.
Alexandre
TRIPADVISOR.PT
Alexandre
Cais do Alboi 14, Aveiro 3810-045, Portugal
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