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Francisco Madruga updated his status.
“o meu Miguel partiu”, rezava assim a mensagem da Catarina. Fui recebendo diariamente o boletim clínico, respondia com palavras de esperança, que o rapaz era valente e um lutador. A Catarina foi-lhe lendo todas as mensagens que lhe mandavam.
Hoje, enquanto percorria caminhos da minha terra liga-me a Lina para reforçar o que já sabia e esperava.
Conheci o Miguel Urbano Rodrigues, nas lides jornalísticas , como deputado, escritor e fundamentalmente como Amigo.
Tivemos longas conversas, invariavelmente no Pescador, na Afurada, quando por amor a Catarina, se mudou para Gaia. Combinávamos o dia, a hora de sempre e de braço dado, percorríamos a marginal do Douro, do Cabedelo à Afurada.
O Miguel era um profundo conhecedor da história das civilizações. Viveu e estudou as revoluções da América Latina. Era uma personalidade arrebatadora, humilde, sempre interventivo.
Em cumplicidade com Manuela Aguiar, na altura vereadora da Cultura da C M Espinho, organizamos um debates com os 3 amigos que viajavam sempre juntos para Estrasburgo. Manuela Aguiar, Pedro Roseta e Miguel Urbano Rodrigues. Preparamos o debate à mesa de um restaurante em Espinho. Chegados à Avenida 8 tínhamos a grata surpresa de termos mais de 120 pessoas que se acotovelavam para arranjar espaço. Tivemos que terminar por volta das 2 da manhã, com pena de todos.
O Miguel gostava muito da minha terra.
Por duas vezes apresentamos em Bragança os livros que lhe editei.
Sei que lá voltou várias vezes com outros amigos e sempre telefonava para contar as novas aventuras.
Almoçamos pela última vez no Assador Típico, em fevereiro, por ocasião da apresentação do livro do Carlos Lopes Pereira “história da associação Academica de
Moçambique”. Conversamos longamente com o Carlos, a João, a Catarina, o Silvestre e o Curralo.
Já dava sinais de cansaço!
Um dia Marta Harnecker, que tinha vindo ao Porto para apresentar o seu livro “Tornar possível o impossível “, perguntou-me se ele era ortodoxo e eu respondi-lhe:
– o Miguel não é catalogável.
Esse era o desespero dos seus críticos.
Até… ao infinito e mais além!
Chrys Chrystello
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