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Crónica 313. Deputados, devoluções e surtos gripais
asiáticoshttps://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2020/01/cronica-313-deputados-devolvidos-e-virus-1.pdf
(ESTA E AS ANTERIORES EM https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html
Crónica 313. Deputados, devoluções e surtos gripais asiáticos
Há sempre o perigo de nos olharmos ao espelho e não reconhecermos o que vemos, a este propósito recordo sempre que em 1999 numa ida minha à TV falar do meu primeiro livro da trilogia da História de Timor, Timor o dossiê secreto 1973-1975, o meu filho mais novo, então com 3 anos. ao ver-me no pequeno ecrã , berrar “olha um igual ao meu (pai)”.
Vem isto a propósito das afirmações de um polémico líder partido que quis trasladar o Eusébio para o Panteão Nacional e agora quer “devolver” uma colega sua, deputada da Nação, numa incoerência a que nos vai lentamente habituando na sua conquista da escadaria que, segundo ele crê, o levará ao poder.
Por seu turno a deputada em questão, quer que todo o património das ex-colónias, presente em território português, possa ser restituído pelos países de origem de forma a “descolonizar” museus e monumentos estatais. Uma proposta que há anos vem sendo debatida em Inglaterra para a devolução dos seus tesouros à Grécia, entre outros que os museus britânicos foram colecionando como peças do Império.
O novo corona vírus que surgiu na cidade chinesa de Wuhan e causa uma doença pulmonar grave já foi detetado em vários países, onde infetou milhares de pessoas e provocou mais de 130 mortes. O episódio lembra outro surto, o da Síndrome Respiratória Aguda Grave, conhecida como Sars (a sigla em inglês), também causada por um corona vírus, que matou 774 das 8.098 pessoas infetadas, quando eclodiu na China em 2002. Ciclicamente surgem estes surtos asiáticos que para além de causarem vítimas (a gripe matou mais de três mil pessoas em Portugal em 2018) provocam o pânico, a xenofobia e alarme generalizado, enquanto não são contidos e enquanto vacinas não são aplicadas.
Uma das explicações mais lógicas para estes surtos encontram-se nos mercados de animais vivos que se encontram por toda a Ásia, e muito especialmente na China.
De acordo com o projeto Global Virome, que visa melhorar a maneira de lidar com as pandemias, existem mais de 1,7 milhão de vírus não descobertos na vida selvagem e quase metade deles pode ser prejudicial aos seres humanos.
Se os mercados chineses fossem assim não haveria vírus
Para quem nunca lá foi ou lá viveu nesses mercados encontram-se além de carne de cães e gatos, animais silvestres e selvagens, vivos para consumo como crocodilos, porcos-espinho, raposas, filhotes de lobo e de veado, roedores, salamandras, pavões, cobras, morcegos, ratos, rãs, tartarugas e tudo que se mexa, como se dizia em Macau quando lá vivi entre 1976 e 1982.
Devemos ter os cuidados necessários, seguir as indicações dos serviços de saúde e evitar comer esses animais, sem pânico nem alarmes exagerados.
Talvez morram mais pessoas por causa de doenças causadas por bactérias em espaços hospitalares do que por estas estirpes de corona vírus. As infeções hospitalares por bactérias multirresistentes causam três mortes por dia em Portugal, ou mais de 1100 por ano, estimou nesta terça-feira um especialista, salientando que este problema deve preocupar todos, dos profissionais aos utentes, segundo anunciava o jornal Público em junho 2018.
Mais levianamente foi reportado que um carteiro havia sido demitido depois de milhares de cartas e encomendas terem sido encontradas em sua casa. Fiquei menente com a história e pensei que era essa a razão de eu nunca ter recebido a minha carta de condução enviada em 17 setembro 2019 pela Direção Regional de Viação dos Açores..e ter sido obrigado a pedir uma segunda via… infelizmente o caso ocorreu em Kanagawa, perto de Tóquio, e levou 17 anos de cartas e encomendas não-entregues para os correios descobrirem a causa.