crimes de guerra

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• Ana Maria Mateus

  Muita gente por aí, secretamente desejando uma verdadeira chacina na Ucrânia, para depois poder fazer posts comovidos sobre o mártires e lançar anátemas violentos contra quem tente acalmar os ânimos.

  Aposto que alguns navegam on-line exaustivamente desde que se levantam até que se deitam, em busca desse massacre inaceitável que arrastará a UE, a NATO e o Mundo para a beira do precipício.

  Enquanto derramam lágrimas de crocodilo pelas vítimas, secretamente exasperam por mais vítimas, até estar criada uma situação de escalada imparável e….apocalíptica!

  Apocalítica sim, isso virá com o pacote habitual de todas as escaladas! ir até ao fim! não parar até exterminar tudo o que reste do inimigo! a expressão ”Guerra Total”, pela primeira vez expressa por Goebells (a primeira vez diante de grandes massas, pelo menos, diante do avanço russo) já anda aí a rufar nos tambores de guerra!

  Uma pulsão de morte que carrega também a vontade de morrer ou pelo menos desejar um tipo de encurralamento total em que, se não houver vitória, se aplica o padrão: ”então morra Sansão e todos quantos aqui estão”.

  Notem isto: Uma das partes do conflito é apresentada no ocidente como o Mal Absoluto e como nos vêm dizendo: com tal Mal não se negoceia, aniquila-se, simplesmente!

  Sun Tsu dizia, em seu livro ”A Arte da Guerra”, que ao cercar um exército hostil, devia deixar-se sempre uma saída ao inimigo.

  Nunca se quis deixar nenhuma saída real à Rússia: ou ela aceitava uma pistola permanentemente apontada a sua cabeça e sofria ou não aceitava e sofreria ainda mais.

  A.Gil