Como ensinar a envelhecer

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Crónica 578. Como ensinar a envelhecer 24.3.2025

Ao tempo que esta Humanidade que conhecemos existe (podem ter havido outras), com a constante introdução de novas disciplinas no currículo escolar e ainda ninguém se lembrou de uma “Como ensinar a envelhecer em 3 variantes: saudável, doente, demente”.

A falta que isso faz só se nota quando já é demasiado tarde e normalmente sem possibilidade de recuperação.

O mais grave é que os interessados nesse currículo, na maioria dos casos, nem se apercebem.

Os primeiros sintomas nem são visíveis a olho nu, e ocorrem quando se olham ao espelho de casa. Se, como eu, não foram partidários de fotos tipo autorretrato (a que pomposamente chamam “selfie”) nem se apercebem. Basta orientar a câmara do telemóvel para a sua cara, que logo entende o que é o envelhecimento.

E não é nada gracioso, é brutal, nas comissuras do rosto escalavrado pela idade e vicissitudes da vida.

É um susto, aquela cara não é a minha, nem eu me reconheço nela, não sou eu naquela imagem de telemóvel, são esgares de um velho, um idoso já muito acabado.

Assustado, posso tentar rever a minha face no espelho de casa, mas mesmo aí a imagem já está avelhentada, agora que a vimos em formato “selfie”.

Se a estes sintomas iniciais se juntarem doenças ou demência (hoje, vulgar e comum à maioria dos idosos), a necessidade do dito curso intensivo torna-se mais imperiosa.

Para mim, já não virá a tempo, mas vou sugerir à Secretária Regional da Educação que pondere esta alteração curricular.

 

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