O Cazaquistão, país da Ásia Central, está a ferro e fogo. Protestos que começaram devido ao aumento brutal (100%) do preço do gás, na região onde esse combustível é extraído, transformaram-se em cenas de violência em várias cidades cazaques.

O presidente do Cazaquistão demorou a reagir, mas acabou por baixar o preço do combustível e demitir o governo, mas as exigências dos manifestantes passaram de económicas para políticas. Eles exigem não só a demissão do presidente, mas também o afastamento de Nussultan Nazarvaiev, antigo dirigente do país, do poder, pois, de facto, é ele e a sua clã que dirige o pais.

Em Alma-Ata, antiga capital cazaque, os manifestantes tomaram de assalto o edifício da Câmara Municipal local. Edificios como o da Procuradoria estão envoltos em chamas.

O Presidente cazaque Tokaiev decretou o estado de sítio, o recolher obrigatório e a proibição de manifestações no país, mas a onda de protestos continua a alastrar-se.

O Cazaquistão é o maior país da Ásia Central, rico em petróleo e gás, mas onde os seus cidadãos têm um nível de vida muito baixo. Até agora, o actual regime corrupto tem-se apoiado nas baionetas, sendo reprimidas quaisquer acções de insatisfação.

A Rússia considera este país parte da sua zona de influência e o Kremlin já começou a falar de influência estrangeira por detrás dos protestos e actuará certamente caso a situação deixe de estar sob o controlo das forças pró-russas.

Esta situação preocupa também a China, pois o Cazaquistão faz fronteira com a região muçulmana de Xinjiang, podendo as manifestações cazaques ser um “mau exemplo” para os uigures.

Uma situação a seguir pois isto pode mexer com toda a Ásia Central, e não só.