APOCALIPSES DE JOAQUIM FERNANDES

Regularmente as ameaças de invasões de demoníacos ET’s emergem do imaginário do espaço público desde a célebre saga de H.G. Wells

com os seus ameaçadores marcianos, afinal derrotados pelos nossos aliados de última hora: os micróbios domésticos. O infinitamente pequeno

também aqui derrubou o oponente infinitamente superior.

Da nossa História rezam pois sucessivas visitas regulares, algumas preditas com a desejada segurança, outras que nos surpreendem amiúde,

sendo algumas delas (bastantes…) oriundas de equívocos prognósticos de enviesadas matemáticas e um rastro de aterrorizadoras pseudo-profecias.

Até hoje, meia dúzia de episódios chamados de extinção plena ornamentam os calendários do nosso humilde e indefeso planeta, o derradeiro dos quais

levou ao apagamento dos populares e cinematográficos grandes sáurios de um Jurássico sem parque. Já lá vão – asseguram os sábios – uns bons 70 milhões de anos…

A memória escrita vai tomando nota desses avisos do exterior que acionaram os pavores genéticos da espécie Sapiens Sapiens: a memória lusitana em fartos motivos de pânico

e desses momentos de transe coletivo demos conta na obra “Apocalipses – os fins do mundo da História de Portugal” ( Contraponto, 2021). Para degustar e avisar o nosso minúsculo

orbe que é bom mantermos os olhos no céu com o desejado alcance e precaução para que o céu não nos caia em cima…antes que tenhamos as malas feitas e as contas em dia…