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EM NOME DA PRESERVAÇÃO DA NOSSA MEMÓRIA COLETIVA
São várias as pessoas que me abordam e perguntam o que podem fazer mais para se preservar o nosso Património, a nossa História, a nossa Memória… A minha resposta é simples e direta, visitar os espaços, conhecer mais da nossa História, falar dos nossos “tesouros” e da importância de os preservar, alertar as entidades responsáveis e, acima de tudo, lembrar-se que nós também temos uma palavra a dizer e que devemos ser parte ativa na solução, pensando e esquematizando projetos de preservação, reabilitação e dinamização que sejam válidos e possíveis para o nosso Património. A união faz a força, assim se todos nós gritarmos pela nossa Cultura, pelo nosso Património e pela nossa História, alguém nos ouvirá. Calados e indiferentes é que não podemos estar. O nosso Património precisa que todos nós o defendamos.
A História é importante porque nos lembra de onde viemos, o que fizemos, o que os nossos antepassados lutaram para que a nossa terra fosse um lugar mais seguro e bom para se viver. O ADN de guerreiros que desbravaram estas terras tem de ser potenciado. Não podemos esperar que os outros façam, temos de arregaçar as mangas e ir para o combate, em nome de uns Açores mais fortes, que respeitam o que seu passado foi e que dinamizem o arquipélago para um futuro brilhante.
Sou historiador mas sou acima de tudo um homem que defende os tesouros da minha terra, da nossa terra. Temos muito a fazer, muito a estudar multidisciplinarmente, para se fazer projetos que consigam dar vida ao Património que ainda temos. Na linha de Fortes da Terceira, fazer um centro de interpretação da mesma linha, ter recriações históricas de momentos marcantes, etc. Por exemplo, a Quinta da Salga poderia ter um espaço museológico sobre a Batalha da Salga e sobre a defesa da Ilha dos Castelhanos, além disso ter um centro de interpretação, com recriações históricas da Batalha da Salga (1581) e do Desembarque da Baía das Mós (1583), o “dar vida” a personagens daquele tempo, mesmo que algumas têm ganho mais forma de lenda, como o caso de Brianda Pereira, ter um Ciprião de Figueiredo, uma Violante do Canto, entre tantos outros, ou seja, “reviver” personalidades que marcaram a nossa História e que fazem (ou pelo menos deviam fazer) parte do nosso imaginário coletivo.
Devem ser criados projetos que façam com que o local e/ou o visitante se sinta parte da História, que sinta a força que esta terra tem. Preservação! Salvaguarda! Divulgação da nossa História! São estes os lemas que devemos dar voz.
Não devemos deixar que parte importante da nossa riqueza patrimonial e que é também um importante símbolo da nossa Cultura, da nossa ação ao longo dos séculos, desapareça. Não podemos deixar que estes tesouros desapareçam de vez, temos de trazer à Memória de todos a importância da nossa História, do nosso Património…Não podemos deixar que sejam só os decisores políticos a terem um papel ativo nesta defesa e salvaguarda, nós, a sociedade civil, temos de contribuir.
O surgimento de projetos que procuram, inventariam e “guardam” as fotografias que existem sobre os Açores é importante para a salvaguarda da nossa História. A preservação das imagens do nosso passado é cada vez mais urgente para a manutenção da nossa Memória Coletiva, da nossa Cultura. Já existem projetos destes mas muitos sem apoio, por isso, espero que se dê mais meios para que as imagens sejam mantidas em espaços visitáveis online mas presencialmente também, onde o visitante possa sentir como eram os Açores, perceber o quotidiano local, sentir o que é ser “ilhéu”.
Quero fazer parte da resolução dos problemas histórico-culturais que nos preocupam, dar o meu melhor, como sei que muitos de vós o querem fazer, pois, acima de tudo, está a defesa da Memória dos nossos egrégios avós. Que hajam mais projetos válidos nestas áreas, pois são precisos!
Um povo sem Memória é um povo sem Cultura daí a minha incessante luta para divulgar a nossa História, preservar o nosso Património e manter viva a nossa Memória Coletiva,
Francisco Miguel Nogueira
Aguarela da Casa da Salga de
Manuel Meneses Martins
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