açores a cultura, ou ausência dela

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A avaliar pelas notícias que nos vão chegando podemos assumir que reina uma grande agitação na Cultua açoriana. Trocas nas direções museológicas e bibliotecárias, orgânica governamental expandida na Secretaria da Cultura, Ciência e Transição Digital. Estrutura maior para albergar uma mega-secretaria que talvez peque por querer ser muitas coisas que não se encaixam sob o mesmo teto. A nova Secretaria faz lembrar um apartamento T3 onde coabitam três famílias que falam linguagens distintas e com interesses dissonantes.
Para quem assiste de fora, tudo isto tem o aroma da politiquice ao serviço de alguns interesses partidários com a benevolente complacência do Presidente do Governo Regional dos Açores que vai acenando com a cabeça perante a necessidade de manter coesa a manta de retalhos que cobre o primeiro governo açoriano de direita dos últimos 24 anos.
Contudo, não basta trocar de nomes, alterar orgânicas e criar subpastas de uma pasta de difícil entendimento, o que verdadeiramente importa saber é que políticas tem este Executivo para a Cultura, para a Ciência e para a Transição Digital e de que forma tais áreas se cruzam e promovem o desenvolvimento açoriano e em particular a Cultura regional.
Alguém sabe que visão tem a secretária regional para a Cultura açoriana? E
quem manda em quem e no quê? Isto de nomear pessoas para satisfazer equilíbrios políticos é coisa que exige diplomacia de fino recorte, mas também pulso firme para saber até onde se deve ir nas concessões a terceiros. Negociar não é ceder em toda a linha e olhando para o cenário atual da Cultura ficamos na dúvida sobre o que aí vem.
Já lá vão cerca de 10 meses de governação e até agora não se vislumbra nada de relevante na pasta Cultural… a bem dizer a única informação relevante que circula é a de uma eventual “correção” do elenco governativo e de algumas direções regionais lá para depois das eleições autárquicas. Na verdade, de Cultura pouco se tem ouvido falar sobre o que de facto interessa, sobre o que já está “no terreno”. Ou isso ou o governo ainda não aprendeu a comunicar. Qualquer um dos cenários não configura nada de bom e o Presidente do Governo já percebeu que vai ter que sorrir menos e agir mais.
(Paulo SimõesAçoriano Oriental de 22/08/2021)
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Tomás Quental, Teresa Viveiros and 15 others
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