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A CAUSA DAS COISAS
A raça humana não aprende com os erros?
A teimosia de que somos capazes de enfrentar e vencer a natureza, não será uma demonstração da nossa falta de inteligência?
Quantas mortes serão necessárias para percebermos que não dominamos tudo?
Desde sempre que ouvi e até assistí a muitas cheias que tudo arrasam, que tudo levam à frente, quando as aguas necessitam abrir caminho para a sua passagem.
Chamemos fúria, chamemos catástrofe natural, o que quisermos, mas o que temos… é de persistir nos mesmos erros de sempre!
Nos últimos dias as notícias chegaram do norte da Europa, Alemanha, Luxemburgo, Suiça, Paises Baixos, Austria, etc. todos focando o mesmo drama, as mudanças climáticas!
Então e as construções em leito de cheias?
Bem sei como é fantástico ter uma casa com um rio a banhar o jardim e desfrutar daquele som característico da natureza da água a passar. Pois sei e também sei de quantos amigos e conhecidos, à conta disso, já terem ficado se os haveres, no mínimo, para não falar as perdas humanas.
E se começassemos, nós, enquanto humanidade e seres racionais pensantes, a usar a cabeça em lugar de perseguir emoções?
Cá pelo nosso paraíso, conhecemos bem os dramas de construír na faixa litoral ou em leito de cheias.
Até cá pelo meu burgo, Sever do Vouga, os avisos não são tido muito em conta e depois é o que sabemos, aqui d’el rei que a cheias arrastaram as estruturas, pois é!
Não chega dar as mãos em jeito de solidariedade, é mesmo necessário começarmos a usar a inteligência adquirida ao longo dos séculos, ganharmos consciência!
Para avivar as nossas memórias:
1967 Novembro- Rio Tejo. Morreram cerca de 500 pessoas, grande número de casas ficaram danificadas e foram destruídos muitos quilómetros de infra-estruturas.
1979 Fevereiro – Rio Tejo. A cheia durou 9 dias, tendo provocado 2 mortos, 115 feridos, 1 187 evacuados e avultados prejuízos materiais. O distrito de Santarém foi o mais afectado. Considerada como a maior cheia do séculoXX.
1983 Novembro – Rio Tejo. Morreu uma dezena de pessoas, 610 habitações foram completamente destruídas, 1 800 famílias desalojadas, tendo os prejuízos ascendido a cerca de 18 milhões de contos (valores da época)
1989 Dezembro – Rios Tejo e Douro. Provocou 1 morto, 61 pessoas foram evacuadas no Distrito de Santarém e 1 500 ficaram desalojadas no Distrito de Vila Real (Régua), onde atingiu um caudal máximo de 12.000 m3/s.
1997 Outubro – Monchique. Precipitação muito intensa durante quatro horas alagou impetuosamente a localidade, com elevados prejuízos materiais em habitações, viaturas e equipamentos (Termas das Caldas de Monchique).
2000/01 Inverno – Rios Douro e Tejo. Um período de Inverno excepcionalmente chuvoso originou uma série de cheias consecutivas entre os meses de Dezembro e Março. Os distritos de Vila Real, Porto e Santarém foram os mais afectados. Outras bacias hidrográficas também registaram diversas situações de cheia, algumas das quais atingiram níveis recorde. Ao todo, durante este Inverno, cerca de uma dezena de pessoas perdeu a vida nas cheias, a maioria ao atravessar indevidamente zonas caudalosas. A saturação dos solos proporcionada pela precipitação contínua causou ainda diversos aluimentos de terras que provocaram mortos e desalojados.
2001 Janeiro – Rio Mondego – Níveis excepcionais de precipitação na região de Coimbra originaram um elevado caudal do Mondego, o que provocou a rotura dos diques do leito central do rio em 13 pontos distintos (por erosão dos taludes). A zona a jusante de Coimbra ficou alagada durante quase uma semana, com especial incidência para o concelho de Montemor-o-Velho.
2010 Fevereiro – Ilha da Madeira – E tudo a agua levou – Morreram 51 pessoas, 600 desalojadas 1000 milhões de euros de prejuízos.
Podiamos estar aqui o dia inteiro a lembrar que a força da natureza tem desígnios, que não se compadecem com desígnios irracionais. Pois, poder podíamos, mas na generalidade achamos que as catástrofes só acontecem aos outros, até que um dia…
imgs:
1 . A geologia
2 . Albufeira 2020
3 . Mondego
4 . Coimbra
5 . 6. 7. Ilha da Madeira
1967 com video : https://youtu.be/obUz8RPWmA0





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- Jose BastosOutra forma de ver a questão. Somos apenas humanos, não dominamos nada, o que devemos é não estragar o que a natureza criou e nos pediu para preservar, ou seja, o Planeta estabeleceu com os humanos um contrato de uso fruto e não de propriedade pela par…See more
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