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O colapso demográfico das ilhas mais pequenas.
Em ano de censos decidi elaborar um quadro comparativo da população residente em cada ilha dos Açores, em 1864 aquando o primeiro recenseamento geral da população portuguesa, conforme as orientações internacionais, durante o reinado de D. Luís; e a população residente por ilha, estimada pelo Serviço Regional de Estatística dos Açores, em Dezembro de 2019.
A diferença de população é apresentada em percentagem (%).
Cada leitor poderá retirar as suas próprias conclusões. No entanto, julgo que não deixará ninguém indiferente este enorme colapso demográfico observado na maior parte das ilhas, que não S. Miguel e Terceira. Por exemplo, a ilha das Flores perdeu 65.5% da sua população em 155 anos!!
O problema não é de fácil solução, sejamos sinceros, e contribuem para estes números não um, mas vários factores interligados entre si. Independentemente do resultado dos Censos 2021, a desertificação atinge a generalidade das ilhas (com as Flores à cabeça!) bem como outras comunidades económica e socialmente menos desenvolvidas e distantes dos grandes centros urbanos, um pouco por todo o país.
A receita para inverter a tendência, essa, já está inventada há muito e foi aplicada por Portugal como também outras nações em séculos anteriores: a (i)migração. Não de colonos e escravos forçados pelos seus senhores, mas de cidadãos voluntários, conscientes, aliciados pelas condições de segurança, conforto, habitação, prosperidade e acolhimento que estas ilhas e suas comunidades possam oferecer, em detrimento dos tumultos cosmopolitas.

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