a origem da guerra PEDRO ARRUDA

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Qual é a origem da Guerra? O que está verdadeiramente no coração dos conflitos e do gesto humano de investir sobre outro ser humano, tirando-lhe a vida? Alguns historiadores dirão que o motor de todos os conflitos será a fome, a escassez e o instinto primordial de sobrevivência. No entanto, e embora não tenhamos relatos ou artefactos que nos permitam sustentar essa ilação o argumento poderia ser construído no sentido de se propor que é na verdade a Paixão que motiva todas as guerras. Mais do que a dor ou a necessidade será no amor que reside a origem da chama que faz crescer todos os conflitos. Na Ilíada, Homero conta-nos como é a paixão de Helena, esposa de Menelau, pelo príncipe Páris que origina a ira de Agamemnon e o cerco de Tróia. No antigo Egito o argumento poderá ser feito de que foi a paixão de Ramses II pelo seu pai Seti I, em cujo reinado partes do Egito haviam sido ocupadas pelos Hititas, que o leva a procurar vingança sobre estes na Batalha de Kadesh, a primeira grande batalha do mundo antigo documentada em registos hieróglificos. Que outra motivação poderia mover Alexandre o Grande, o maior conquistador da história, em todas as suas batalhas, que não a paixão? E o que dizer das religiões, catalisadores de tantas e tamanhas batalhas, desde o Êxodo, à Batalha de Jerico e a Arca da Aliança, David contra Golias na Batalha dos Filisteus? Até às Grandes Cruzadas e os seus exércitos de cavaleiros-monásticos enclausurados na inviolável paixão por Deus e a espada. Napoleão foi movido pela sua paixão pela França e os ideais do Iluminismo. Hitler, no sentido preverso, pela sua visão apocalíptica da superioridade ariana. Tal como Putin, dominado pelas suas paixões, observa o mundo pelo coração da grandeza da mãe Rússia. Ou, também, no outro lado do espectro, a outra face da moeda e, hoje, símbolo vivo de todos os resistentes, Zelensky e o povo Ucraniano, cujos corações batem pelo amor à sua independência e Liberdade. O bem e o mal são sopros do coração, nascem das paixões e sentimentos do Homem. A Guerra, em toda a sua força implacável, é um constante sinalizador da fragilidade e da perenidade das emoções humanas. É por isso que a Fé está tantas vezes de mão dada com a Violência. E o amor se deita nos braços da imensa dor que inflama os gestos de cada homem. E, não há no mundo arma mais poderosa do que o coração de um Povo… #warandpeace #SlavaUkraine
📷 Anatoli Stepanov/Getty Images
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