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Se a coisa já passou, talvez se possa levantar já o estado de emergência e irmos festejar o que muito bem nos apetecer. Tudo, afinal, não terá passado de um gigantesco equívoco. Com o pico da pandemia entre 23 e 25 de Março, isso significaria termos tido um estado de emergência de “tiro-e-queda”: decretado a 18 de Março, acertou violentamente na Covid, certeiro entre os olhos, uma semana depois apenas. Pimba! Decretar novo período do estado de emergência a 2 de Abril, já terá sido uma desnecessidade, agora evidente. E insistir num terceiro período a partir de 18 de Abril só pode entender-se como completo despautério.
Se for toda a gente para a rua celebrar a descompressão, temos de agradecer a quem nos traz notícias tão picantes.
Quando comunicamos em matérias complexas e sensíveis, é essencial não só entendermos bem aquilo que estamos a dizer, mas termos a certeza de as nossas palavras serem entendidas com o sentido rigoroso que têm. Quando a ministra fala de um máximo da incidência da doença em que “os dados de incidência estabelecem a relação entre a média de pessoas que podem ser infetadas por um caso positivo de covid-19”, é bom que esteja certa de que as pessoas conhecem esta matemática, a entendem e a dominam.
Para qualquer cidadão comum, quando alguém, seja um sábio, seja uma ministra, diz que “o máximo da incidência tenha fica no passado, entre 23 e 25 de março”, o que isto significa é… Ufa! Já passou!
Onde é a festa?