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São Tomé e Príncipe: exigem-se mais esforços na área da educação
Segundo os observadores São Tomé e Príncipe precisa de continuar a trabalhar para atingir os Objetivos para o Desenvolvimento do Milénio no setor da Educação
Termina em Junho a primeira fase do projeto para a iniciativa de educação acelerada – Fast Track – para a qual o Banco Mundial investiu 3.6 milhões de dólares, cerca de 2,5 milhões de euros. Segundo o especialista em Educação do Banco mundial, Geraldo Martins, a instituição vai continuar a apoiar São Tomé e Príncipe para que em 2015 consiga atingir os Objetivos do Desenvolvimento do Milénio neste setor.
“São Tomé e São Tomé e Príncipe está no bom caminho para o cumprimento desses objetivos”. Quem o diz é o responsável do setor da Educação do Banco Mundial para São Tomé e Príncipe, Geraldo Martins, depois da visita efetuada àquele país para fazer a avaliação ao cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio. Geraldo Martins salienta: “Em 2004 o país tinha indicadores de educação relativamente fracos, mas hoje a taxa de conclusão do ensino básico é superior a 60 por cento, o que representa um progresso enorme em relação à situação de 2004. Cerca de 312 mil manuais escolares foram distribuídos nos últimos quatro anos a todos os níveis do ensino básico, fazendo com que todos os alunos tenham um manual das duas principais disciplinas, isto é matemática e língua portuguesa. De uma maneira em geral esses progressos são importantes”.
Projeto de “Iniciativa de educação acelerada” dá os seus frutos
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O Banco Mundial invstiu 2,5 milhões de euros no projeto “Fast Track” de educação acelerada em São Tomé e Príncipe. Na foto: logótipo do Banco Mundial; continente africano com pano de fundoAinda não é possível medir a qualidade de ensino existente em São Tomé e Príncipe, mas nestes últimos quatro anos, desde que o projeto de iniciativa de Educação acelerada – Fast Track – começou a ser implementado, foi possível mudar o ensino no país. “Foi implementado em três anos e durante esse período foram construídas e reparadas salas de aula ao nível do ensino básico e pré escolar, foram adquiridos e distribuídos manuais escolares aos alunos do ensino básico para além de ser reaberta a escola de formação de professores de São Tomé e Príncipe”, acrescentou o especialista em educação do Banco Mundial.
Alargar o ensino básico até à sexta classe e promover a igualdade de género no acesso à educação básica, são medidas já implementadas pelo governo são-tomense. Segundo o professor do ensino básico de Ribeira Afonso e Colónia Açoriana, Nelson Diogo, essas medidas podem ajudar o país atingir em 2015 os Objetivos do Desenvolvimento do Milénio no setor da educação. “Com o alargamento do parque escolar até à sexta classe, mesmo a lugares longínquos como Ribeira Afonso, Colônia Açoriana, Angra Toldo, San Fenícia – lugares onde, sobretudo, as meninas não tinham acesso ao estudo devido à distância e problemas da própria família – hoje já é possível estudarem”, sublinha o professor.
Ensino básico são-tomense : inscritas 93 por cento das crianças do país
No ensino básico, que compreende a pré escolar e o 1. e 2. ciclos, estão inscritos 43.074 alunos, cerca de 93% das crianças no país, segundo dados do Ministério da Educação são-tomense. Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: No ensino básico de São Tomé e Príncipe estão inscritas 93% das crianças no país. Na foto: panorâmica da roça Agostinho Neto
Os avanços positivos de São Tomé e Príncipe para atingir em 2015 a universalização do ensino básico não impedem que o Banco Mundial lance uma chamada de atenção: é que, segundo Geraldo Martins, o país tem que continuar a trabalhar na melhoria da qualidade do ensino: “Quando um país tem uma taxa de repetência com dois dígitos não é bom em termos de eficiência e mesmo em termos de qualidade de educação”, sublinhou.
Geraldo Martins acrescentou que ainda há muita coisa que falta fazer para melhorar a qualidade da educação ao nível da formação de professores: “A escola de formação de professores de São Tomé e Príncipe EFOPE ficou muitos anos sem funcionar e, graças a este projeto, retomou as suas atividades há três anos; e neste momento está a formar vários professores depois de muitos anos em São Tomé e Príncipe”, disse Geraldo Martins.
Também é preciso apostar na reciclagem dos professores que estão já no sistema, pois segundo o especialista do Banco Mundial “cerca da metade desses professores não têm formação pedagógica continua”. O objetivo de São Tomé e Príncipe até 2015 é garantir o acesso universal à educação básica no país.
Autor: Edlena Barros
Revisão : António Cascais