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“GreenIsland”, artesanato em resina por Beatriz Mota
Nova marca de artesanato de jovem ribeiragrandense com peças pessoais e únicas tem chegado às outras ilhas
Como surgiu o artesanato na sua vida? E os trabalhos em resina, mais concretamente?
Beatriz Mota (artesã) – O artesanato surgiu da necessidade de ocupar o meu tempo enquanto estava desempregada. Em específico, o artesanato em resina foi algo que sempre me fascinou e que já pesquisava e seguia há algum tempo. Por isso, quando fiquei desempregada, achei que era o momento ideal para investir neste sonho, até porque era um tipo de artesanato que não estava a ser muito feito aqui nos Açores.
O projecto “GreenIsland” começou em Março deste ano? Como surgiu a ideia de começar esta marca?
O projecto “GreenIsland” foi lançado ao público em Março de 2023, mas foi em Novembro de 2022 que comecei a comprar todo o material necessário e a fazer as minhas primeiras experiências em resina. Demorei cerca de quatro meses até me sentir à vontade para trabalhar com a resina e para ter a certeza que entregaria um produto de qualidade aos meus clientes.
O nome “GreenIsland” surge do facto das ilhas dos Açores, para além das suas denominações oficiais, serem identificadas com base nalgumas características da Natureza. Ou seja, como a ilha de São Miguel, de onde sou natural e onde nasce este projecto, é conhecida como a Ilha Verde, pelos vastos pastos e matas verdes, decidi que “GreenIsland” era o nome ideal para a minha marca.
Com que tipos de produtos conta a “GreenIsland”?
Neste momento, tenho-me dedicado a peças mais pequenas, como porta-chaves, imãs e canetas personalizadas, mas tenho muitos outros produtos disponíveis, até porque a parte boa da resina é que as possibilidades de fazer algo único e personalizado são infinitas.
Não me baseio a fazer aquilo que eu imagino ou que gosto, faço também peças que são os próprios clientes que sugerem todos os pormenores conforme aquilo que pretendem e desejam. Por isso é que costumo dizer que eu torno os sonhos dos meus clientes realidade.
Como é o processo de trabalhar com resina?
O processo de trabalhar com resina não é de todo fácil. Há que ter alguns cuidados como usar luvas e máscara durante o processo de produção enquanto a resina está sob forma líquida. As peças são feitas utilizando moldes de silicone, para que a resina possa secar e ganhar as formas que eu pretendo.
A partir daqui inicia-se o processo de criatividade: utilizo corantes para colorir a resina, glitters e outras decorações. Há trabalhos que coloco fotografias dos clientes dentro da peça em resina e até já tive peças onde eternizei pêlos ou unhas de animais para ficarem preservados dentro da resina e não se degradarem.
Depois de a resina estar no molde com todas as decorações, coloco os moldes com a resina numa estufa que fizemos em casa, onde a temperatura e a humidade são controladas, para que as peças de resina curem durante aproximadamente sete dias até ficarem totalmente rígidas.
A estufa não é algo obrigatório, mas numa fase inicial do projecto tive muitos problemas de cura da resina devido à humidade elevada dos Açores, por isso foi a solução que encontrei. Quando as peças estão rígidas, fica a faltar terminar os acabamentos, como colocar as argolas se for um porta-chaves, ou o fio se for um colar. Depois é só empacotar e entregar. Entregar as peças é sem dúvida a melhor parte do processo, pois é aí que o cliente vê a sua ideia ganhar forma e dá o seu feedback do meu trabalho.
Qual a sua inspiração e cunho pessoal?
Posso dizer que a minha ilha e o mar são algumas das minhas inspirações. Mas as pessoas que me apoiaram a iniciar este projecto e me apoiam a ter força para continuar são a minha maior inspiração.
O meu cunho pessoal é tentar trazer para o meu trabalho pormenores relacionados com as ilhas, como usar lapas, areia preta, entre outros.
Como tem sido a adesão do público? Já enviou para fora?
A adesão do público tem sido muito boa, apesar de ainda não ter vendido para Portugal continental nem para outros países, tenho vendido muito para as ilhas, o que é bom porque sinto que o meu trabalho está a ser reconhecido aqui.
O que as pessoas mais encomendam, em termos de artigos personalizados?
As pessoas encomendam muito as peças com fotografias pois são peças muito pessoais e únicas.
Que artigos têm mais saída?
Nos últimos tempos, os artigos com mais saída foram as canetas personalizadas com os nomes ou frases, as peças com fotografias e os crachás-alfinete com os nomes.
Funciona por encomenda, mas há alguma loja física onde podemos encontrar as peças?
Quem quiser adquirir alguma peça, a encomenda é feita através das nossas redes sociais (Instagram e Facebook). Neste momento, temos algumas peças disponíveis no Mercadinho de Verão do Posto de Turismo do Nordeste. Mas o passo seguinte é tentar falar com outras lojas para as pessoas possam ver cada vez mais as peças da “GreenIsland” expostas.
O que significa a “GreenIsland” para a Beatriz?
A “GreenIsland” significa muito para mim, ajudou-me a ultrapassar a fase em que tive desempregada sem deixar que desanimasse e continua a ser um escape de todos os problemas do dia-a-dia. Enquanto estou a produzir não penso em mais nada. Dedico muito do meu tempo, carinho e dedicação a este projecto e a cada peça que produzo, por isso, cada peça que faço é especial e leva um pouco de mim.
Tens planos futuros para o projecto?
Tenho alguns planos que ainda estão a ser estudados. Um deles envolve a mistura do trabalho em resina com outros tipos de materiais como a madeira, por exemplo.
Mariana Rovoredo
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