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Pecado nº4 da série “Os Pecados do Governo da Coligação entre o PSD de José Manuel Bolieiro, o CDS-Terceira e o Partido dos 71 votos” :
Ser exatamente igual ao PS/A na resolução do dossier SATA (e em muitas outras coisas)
A SATA, sobre a qual escrevo e estudo há mais de 10 anos, é seguramente o mais importante dossier negro que o PS/A alimentou durante os últimos 20 anos, foi muito possivelmente o Vietnam de Vasco Cordeiro que abriu a porta para que a direita conseguisse constituir governo nos Açores.
Ora seria expectável uma abordagem radicalmente diferente por parte de José Manuel Bolieiro, dado que essa foi uma das suas bandeiras em campanha, em linha com a sua onda reformista.
Nada disso aconteceu. A opção foi manter tudo exatamente como estava.
O mesmo conselho da administração com o mesmo CEO, com a mesma estratégia e com o mesmo plano de reestruturação. O que só pode levar a uma interpretação política: Afinal Vasco Cordeiro e o PS/A estavam certos e a fazer que deveria ser feito para mitigar a sua própria herança. Não se entende nada disto, e duvido muito que os Açorianos, e até mesmo os partidos que apoiam esta solução governativa, entendam quando forem chamados a abrir os cordões à bolsa para queimar, não há mesmo outra palavra, mais umas centenas de milhões numa solução que não é viável, nunca foi e nunca será.
A oportunidade foi perdida, e nem há agora maneira de voltar atrás dada a negociação em curso com a CE. Foi um erro que será pago nas urnas, e um totalmente evitável. JMB tinha o mandato para uma verdadeira reforma no maior sorvedouro de recursos financeiros da região, e como é habitual nele, deixou passar o timing, e em política o timing é tudo.
Já escrevi sobre a solução, já a disse ao meu partido, só falta mesmo pedir ao Vhils que faça um mural sobre o assunto, e portanto vou-me inibir de me repetir aqui, mas deixo um resumo: A SATA Internacional deve ser liquidada, tem zero Valor, a Air Açores deve ser integrada num grupo especialista através de uma fusão com potenciais concorrentes. (estou a escrever um livro sobre o assunto, portanto se querem saber mais é só aguardar. A boa notícia para mim é que com o andar da carruagem tenho mais dois ou três anos para escrever)
Toda a gestão política deste dossier tem sido uma catástrofe, muito assente no tal secretário regional estrela, que nunca na vida teve de fazer uma verdadeira reestruturação, de aviação foi muito bom comentador, mas que claramente agora se mostra incapaz, e quando não se consegue, aceita-se o que está feito, ou faz-se asneira, até porque o CEO que lá está, sabe dez vezes mais do que ele e seria muito melhor secretário certamente. Tudo isto com o alto patrocínio de JMB, o grande líder da Terceira e de Paulo Estevão. Estão os três vinculado a esta solução para o bem e para o mal.
A não apresentação pública do plano de reestruturação, embora faça todo o sentido no contexto empresarial, é a mais clara evidência de que com este governo tem sido: quando estávamos na oposição criticávamos o que agora fazemos tal e qual. A mensagem política é de continuidade, e não estou a ver como é que se vai convencer os Açores de que, de facto, este governo é diferente, até porque não é. É na verdade muito mais débil a nível político, e ao nível da competência mais infeliz.
Temo que será a SATA a derrubar também este governo como derrubou o anterior. Não entender isto é a total falta de visão política, diria até incompetência. A minha esperança é que o magnífico gabinete de assessoria e análise do Sr. Presidente, nos intervalos quando não está empenhado em arranjar empregos para os amigos numa qualquer administração de um teatro, ou assim, esteja perfeitamente ciente disto, e tem já preparado um impecável plano de comunicação com um plano B todo pimpão para Açoriano (parvo) papar. Cá estaremos.
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