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Nota de esclarecimento
1. No dia 20 de janeiro de 2022, cerca das 20h, uma utente do Serviço de Obstetrícia, acompanhada pelo respectivo cônjuge, fugiu do serviço em questão, levando consigo a sua criança recém-nascida de 36 semanas.
2. O parto desta utente havia decorrido neste mesmo dia, 20 de janeiro de 2022, às 0:20, tendo esta, juntamente com o recém-nascido, ficado internados no Serviço de Obstetrícia para cumprir os devidos protocolos de vigilância de saúde em partos eutócicos.
3. À data da admissão, o casal em causa estava já sinalizado como sendo um caso social grave, por hábitos aditivos de ambos os elementos e por não terem residência fixa e apoio familiar. O casal estava já a ser acompanhado pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).
4. No decorrer do dia 20, cumprindo o indicado nestas circunstâncias, o recém-nascido foi sinalizado pelo Serviço Social do HDES à CPCJ, tendo a mãe da criança ficado ansiosa, com labilidade emocional e aparentemente confusa no momento em que foi informada deste procedimento. Apesar de tudo, manteve sempre um comportamento adequado e muito afetuoso para com a criança, inclusive durante a hora da visita do seu companheiro. Mesmo após iniciar-se a visita do pai, importa dizer que o comportamento de ambos os progenitores foi sempre cuidadoso e afetuoso para com o recém-nascido.
5. Cerca das 20h disparou o alarme sonoro do aparelho de fototerapia, indicando que alguém havia retirado a criança do berço onde estava colocada. A equipa de enfermagem deslocou-se ao quarto da utente e constatou que os pais estavam a tentar sair, levando o recém-nascido ao colo. Questionados sobre o que se estava a passar, o pai mostrou-se agitado, muito agressivo para com as enfermeiras, ameaçando arremessar a criança contra o solo. Tentando interceptar a trajetória de fuga pela porta de emergência, as enfermeiras foram fisicamente ameaçadas e manietadas pelo pai, que as afastou, verbalizando que “o filho é meu e ninguém o vai tirar”.
6. Automaticamente foram ativadas todas as medidas preconizadas no Plano de Segurança do HDES, mas em particular, foi chamado, com caráter de emergência, o elemento da Polícia de Segurança Pública que está em presença física no Serviço de Urgência. Mantiveram-se as tentativas das enfermeiras do serviço para demover o casal de fugir com o recém-nascido, inclusive colocando em causa a sua integridade física, mas perante a ameaça recorrente do pai em arremessar a criança contra o solo, estes acabaram mesmo por sair pela porta de emergência, ativando o respectivo alarme de fuga. Toda a ocorrência ficou registada em imagem gravada no sistema interno de videovigilância do HDES.
8. Instantes depois, chegados ao local a polícia e a segurança privada do HDES, foram feitas buscas nas imediações da porta de emergência do Serviço de Obstetrícia, que se verificaram infrutíferas, não mais tendo sido localizado o casal e o recém-nascido. Cumprindo o preconizado nestas circunstâncias foram convocados ao Serviço de Obstetrícia, com caráter de emergência, a equipa responsável pelo Risco de Segurança da instituição, assim como os responsáveis do serviço, a quem foi reportada toda a informação sobre o sucedido.