QUEM MANDA OPUS DEI E MAÇONARIA

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OPUS DEI VERSUS MAÇONARIA
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OPUS DEI E MAÇONARIA EM PORTUGAL: «SOBRE A NUDEZ FORTE DA VERDADE, O MANTO DIÁFANO DA FANTASIA»
À primeira vista, Opus Dei e Maçonaria, não têm nada a ver, todavia, têm muito a ver. Vamos por partes… Têm em comum serem duas organizações envoltas em segredo, funcionarem por rituais, possuírem métodos de recrutamento semelhantes (por convite dum “padrinho”), os seus membros assumirem-se como uma elite, discriminarem ostensivamente as mulheres, movimentarem-se na área política, judicial, financeira, jornalística e académica, visarem a obtenção e/ou a acumulação de prestígio e poder, possuírem um considerável património em dinheiro e imóveis e, sobretudo, influenciarem as nossas vidas. É que o Opus Dei e a Maçonaria estão infiltrados em vários órgãos de poder e decisão do país: nos partidos políticos, nas autarquias, no parlamento, nos governos, nos tribunais, na banca, na imprensa, nas universidades…
Os lóbis
Numa investigação levada a cabo pelo Diário de Notícias e reunida em livro (“O Poder da Maçonaria Portuguesa – Grande investigação do DN”, Gradiva, 2012) constam duas denúncias da existência de lóbis: uma, da ex-dirigente socialista Ana Benavente, relativamente à influência do Opus Dei e da Maçonaria na Assembleia da República, e outra, do ex-juiz José da Costa Pimenta, acerca do controlo exercido pela Maçonaria no sistema de justiça português.
Ana Benavente denuncia a existência de grupos de pressão organizados na Assembleia da República: «Quando se faz parte da AR, além da competência, há outros elementos que contam para se ser escolhido para determinados cargos, como a pertença a lóbis, como o Opus Dei ou a Maçonaria.» Afastada da política, Ana Benavente explica que «há deputados que se mantêm muito mais tempo no Parlamento do que outros mais competentes porque pertencem a essas organizações. É por isso que considero que lóbis como a Maçonaria ferem a democracia». E acrescenta: «É difícil ficar na AR pela competência, pelas convicções e pelo trabalho bem feito, tudo isto conta menos do que pertencer a esses grupos.»
Também José da Costa Pimenta afirma: «O sistema de justiça português é constituído por lojas maçónicas e controlado pela Maçonaria.» E essa realidade, na sua visão, tem dois efeitos: «Além de controlar as decisões dos processos – incluindo os casos da Universidade Moderna, Portucale, Casa Pia, “Apito Dourado”, e Isaltino Morais –, controla igualmente a carreira dos juízes e dos magistrados do Ministério Público e dos altos funcionários do Estado.»
Estas declarações valem o que valem, mas tendo sido proferidas por pessoas que exerceram altos cargos nos órgãos em questão, merecem, no mínimo, que reflitamos sobre elas…
Recrutamento
No Opus Dei dá-se preferência pelo recrutamento de gente jovem, até aos 25 anos, o que se faz não só na chamada sociedade civil (sobretudo escolas secundárias e universidades, onde se tentam aliciar os melhores alunos e/ou os que provêm de famílias católicas), como através de clubes juvenis, colégios privados, centros de formação profissional e residências universitárias criadas pela própria organização religiosa sendo, muitos deles, subsidiados pelo Estado. Refira-se que o Opus Dei tem por princípio, em qualquer uma das suas estruturas, separar rapazes de raparigas e jovens de classes sociais mais altas, de jovens oriundos de famílias com mais dificuldades.
Na Maçonaria, embora também se tente angariar os mais jovens, a grande aposta é captar membros maiores de idade. Apesar de recrutarem elementos nas universidades públicas e privadas (onde muitos professores são da irmandade), grande parte do recrutamento é feito, principalmente, nas juventudes partidárias (do PS, do PSD e do CDS), entre os jovens com carreiras políticas promissoras.
O perfil dos candidatos é analisado com toda a prudência e rigor
Quando um novo membro se prepara para entrar, quer numa quer noutra organização, é alvo de uma investigação informal minuciosa sobre a sua vida pessoal, académica e profissional, incluindo traços de caráter e atitudes e comportamentos. No Opus Dei é feita uma avaliação médico-psiquiátrica do candidato, enquanto que na Maçonaria, depois de ser alvo de uma votação interna, é avaliado o seu registo criminal e os seus meios de subsistência (não pode estar desempregado, por exemplo). Numa e noutra, o perfil dos candidatos é analisado com toda a prudência e rigor sendo elaborado um relatório detalhado.
Obediência e dedicação para com as organizações
Quer no Opus Dei quer na Maçonaria, para serem considerados membros efetivos e virem a poder atingir o topo da hierarquia, têm de prestar provas de obediência e dedicação para com as organizações.
No Opus Dei atinge-se o estatuto de membro efetivo ao fim de seis anos e meio, recebendo-se, então, um anel, com a data da cerimónia, que se passa a usar no dedo anelar da mão esquerda. Nessa altura, faz-se um testamento a deixar tudo às entidades ligadas ao movimento. Na Maçonaria, para se atingir o grau de mestre, demora-se em regra três anos. A partir daí, passa-se a ter acesso às reuniões mais importantes.
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