Views: 0
A construção de um centro museológico dedicado às indústrias que começaram a ser instaladas em S. Miguel no final do século XIX é uma obra que assume um simbolismo de grande interesse. As indústrias do linho (mais antiga), da cordoaria, do chá, do álcool, do tabaco, da chicória, da baleia, da cerveja, do açúcar, da cerâmica, dos laticínios, da cerveja, das conservas, etc, etc, merecem ter um espaço onde se possa apresentar as suas histórias e as transformações que sofreram ao longo dos tempos.
Este espaço não pode ser encarado como uma simples montra do que somos capazes de fazer, para turistas verem. Ele deverá servir para lembrar aos açorianos que, se fomos capazes no passado também seremos capazes no futuro.
Claro que esta ideia encontra forte oposição em diversos quadrantes. Existem aqueles que gostam de nos empurrar para a condição de incapazes e os que, por motivos mais mesquinhos, pretendem apagar da memória coletiva esta fase da nossa vivência que à nossa dimensão correspondeu à nossa “revolução industrial”.
Em qualquer ilha com uma carroça se faz um museu, aqui apaga-se a História.
Cada um constrói a sua história com aquilo que dispõe, aqui destróiem-se os artefactos para que não se construa História.
Depois, de acordo com a vontade política de alguns estranhos, constrói-se a consciência histórica de um povo, sem que exista forma de poder contrariar o que é dito de forma a repor a verdade.