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Camaleões
Prostram-se, recostados a altas alvas paredes.
Debatem na toca do seu ser possibilidades.
Fitam-nos.
Reparam com desconfiança no meu sentir.
Comentam quase em silêncio o meu agir.
Camaleões
Sorriem entre dentes não brancos e omitem segredos
Calam-se na vírgula antes que revelem verdades.
Fitam-nos.
Atiram pedras com telhados de vidro não assumidos.
Escusam-se a nomear, apontando corajosamente atrevidos.
Camaleões
Fingem o que não são. Não são o que fingem.
Camaleões:
Um dia cansam-se de mudar de cor.
Pedro Paulo Camara in: Saliências
![May be art](https://scontent.fpdl1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.6435-9/s1080x2048/238674714_1945964132225560_2613911046746929332_n.jpg?_nc_cat=101&ccb=1-5&_nc_sid=8bfeb9&_nc_ohc=5CHKyNHyVSAAX-4l4F_&_nc_ht=scontent.fpdl1-1.fna&oh=43f78116218efe86d9e7138e56b0b858&oe=614C03D5)
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- Pedro Paulo CamaraObrigado pela partilha e por recuperares este poema, Daniel Fernandes . Os camaleões existem. Existem!
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- Daniel FernandesPedro Paulo Camara um excelente poema… De muitos excelentes poemas.Existe alguma reticência em relação à poesia… Mas nela reside muita beleza…Existe também alguma reticência à existência metamórfica de alguns seresPlay GIFTenor
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Sari Tabah NuraeniTapi ini seperti gambar animasi xx movi- Like
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