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nem com eleições à vista prometem melhoras……
OS TRANSPORTES QUE INFELIZMENTE AINDA TEMOS, CRÓNICA 220. 14.11.2018
Dizem que os transportes em S. Miguel continuam na moda dos anos 1970 e das parcas necessidades de então. Não falo das cidades onde existem alternativas, mas das pequenas aldeias (chame-lhe Freguesia senhor, aldeia é uma coisa pequena e do passado) que polvilham a ilha, onde quem não disponha de viatura, tem imensa dificuldade para se deslocar devido aos horários infrequentes e pouco convenientes da transportadora pública (na costa norte, CRP). A isto acresce a vetusta idade dos autocarros, a falta de cumprimento de horários, o excesso de velocidade e de lotação das viaturas, a que ocasionalmente a GNR (quando há queixas) se dedica a multar fazendo parar a carreira. O que acontece na zona onde habito é um reboliço, os autocarros são menos, andam a desoras, vão apinhados, gente em pé (convido-vos a fazer a viagem Lomba da Maia – Ribeira Grande de pé), e os alunos atrasados para além da tolerância de dez minutos na entrada.
Não sabemos quando é que a Direção Regional de Transportes pensa adotar modelos do séc. XXI para transportar os habitantes que se deslocam às cidades, nem sabemos quando e como fiscaliza o cumprimento (ou incumprimento) das obrigações contratuais firmadas para esse transporte. Não sei se é permitido o transporte de pessoas, em pé, nas estradas regionais, mas creio que é tempo de se fazer uma revolução nos meios existentes que insatisfazem a população. Nem sonho já com um metro de superfície já que a hipótese de comboio, infelizmente, foi abandonada no início do séc. XX. Quando o meu filho estagiava no Nonagon, Lagoa, levantava-se pelas sete horas para apanhar a camioneta para a Ribeira Grande, outra para Ponta Delgada e antes das dez chegava… era a única forma de se transportar em coletivos para percorrer 30,1 km. Felizmente libertou-se desse calvário ao adquirir uma viatura, demorando em média 29 minutos via EN4-2A e EN1-1A.
E os idosos com consulta no hospital ou afazeres na cidade, sem carta de condução nem meios para adquirir viatura? Para esses é sair de matina e chegar de noitinha. Com as pensões miseráveis que auferem não disporão de 60 € para irem e virem de táxi. Mas é preciso agir para mudar este estado de autocarros velhos (já devem ter expirado o prazo de validade), sempre a avariarem (alguns arderam nos últimos anos), horários alienígenas (ora chegam mais cedo, ora mais tarde e quem não está na paragem na hora de passagem, estivesse), lotados nas horas de ponta (em especial nas carreiras das 07.30 e 08.00), passageiros em pé aos solavancos e sem segurança em caso de travagem. Senhores responsáveis pela inexistente política de transportes coletivos capazes para as freguesias acordem para o séc. XXI e aumentem a frequência das carreiras, fiscalizem os horários e as condições de transporte….
Depois destas eleições modifiquem contratos para substituírem os velhinhos autocarros por outros mais modernos e pequenos para serem rentáveis, saiam dos gabinetes confortáveis e inspecionem anonimamente os percursos entre Ponta Delgada, Furnas ou Nordeste, levantem-se e vejam o que é viajar na carreira das 07.30 ou 08.00 da Lomba para a Ribeira Grande, é para isso que vos paga o povo e não tem um serviço de transportes coletivos digno e capaz.