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Trabalhar para o bem do povo
Está mais do que provado que as maiorias políticas absolutas são nocivas para o bom funcionamento do regime democrático.
Isso ficou demonstrado com maiorias absolutas do PS e do PSD na Assembleia da República, ficou demonstrado com maiorias absolutas do PSD na Assembleia Legislativa Regional da Madeira e ficou igualmente demonstrado com maiorias absolutas do PSD e do PS na Assembleia Legislativa Regional dos Açores.
Os partidos “apanham-se” no e com o poder absoluto, afastam-se do povo que é no fundo a fonte do poder, exibem tiques autoritários, manifestam arrogância política, não se abrem ao diálogo e transformam-se em “donos disto tudo”, querendo controlar tudo e todos. Derivam daí, em consequência, favoritismos, amiguismos, cumplicidades, promiscuidades e corrupção. Toda a gente sabe que é assim!
A campanha em curso nos Açores no âmbito das eleições legislativas regionais do próximo domingo tem mostrado depoimentos de muitas pessoas a manifestarem cansaço com a maioria absoluta socialista que suporta o actual Governo Regional.
Efectivamente, o poder deve ser partilhado, para haver mais democracia, maior controlo democrático, mais liberdade e maior respeito pelas pessoas concretas. Só assim será possível encontrar as melhores soluções e satisfazer mais as necessidades e os interesses da população.
O PSD esteve muito tempo no poder regional e o PS está ainda há mais tempo. Muito foi concretizado, mas muito mais teria sido realizado se os partidos não se fechassem em si próprios, se ouvissem mais o povo concreto e estivessem mais atentos aos problemas existentes. Por exemplo, não se compreende que em 40 anos de Autonomia político-administrativa regional ainda exista tanta pobreza nos Açores, que nos envergonha a todos nós.
A Autonomia político-administrativa regional foi instituída com o objectivo primeiro de servir as pessoas que vivem nos Açores, mas as pessoas muitas vezes foram esquecidas ou não foram suficientemente atendidas. Isso é o que explica, por exemplo, as longas listas de espera que continuam a verificar-se para consultas clínicas e cirurgias. Se os recursos são limitados, então não gastem milhões, por exemplo, em centros interpretativos em vários lados, em museus que não funcionam e em “casas” que nem sequer foram inauguradas. Os milhões investidos nessas obras megalómanas fazem falta para o que é prioritário.
Nas eleições legislativas regionais, o povo pode e deve resgatar para si o poder que de facto lhe pertence e não atribuir maioria absoluta a nenhum partido. Dessa forma, o povo fica com a garantia de que a Assembleia Legislativa Regional – sede da democracia na Região Autónoma e principal órgão da Autonomia regional – volta a ter o protagonismo institucional que o Estatuto Político-Administrativo dos Açores lhe confere, nomeadamente num frutuoso debate democrático e num efectivo controlo democrático das ações e iniciativas governamentais. E os “donos disto tudo” ou que querem ser “donos disto tudo” não têm outro remédio que não seja trabalharem em cooperação, para o bem do povo. É o que se espera e exige!
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