modo alerta

Sempre que estamos perto de alguém o nosso organismo procura pistas de segurança na comunicação não verbal dessa pessoa.

Temos uma capacidade chamada neurocepção que nos faz, constantemente e de forma inconsciente, analisar os sinais não verbais dessa pessoa.

É através desse mecanismo, com base nesses sinais, que o nosso sistema nervoso decide se estamos em segurança ou não, perante aquela pessoa.

Isto acontece de forma não consciente e pode ser dificultado pelo uso da máscara.

Mas, quanto estamos a falar com alguém e essa pessoa se afasta, para manter a distância, isso também nos transmite uma sensação perigo.

E nós somos animais relacionais, precisamos de nos sentir seguros com as outras pessoas.

Quando isto não acontece o nosso sistema nervoso fica constantemente em modo de alerta, mesmo que isto não seja sentido conscientemente.

Quando estamos em modo de alerta durante muito tempo isso tem um custo elevado para a nossa saúde porque o sistema de alarme, quando está activo, influencia todos os outros sistemas do nosso organismo.

A melhor forma de desactivar o sistema de alarme é através da nossa ligação às pessoas com quem nos sentimos seguros.

Por isso em tempo de crise precisamos, ao contrário do que nos tem sido dito, de confraternizar mais não menos.

Precisamos de nos sentir seguros junto das outras pessoas e para isso temos de nos sentir fisicamente próximos.

Para muitas pessoas, actualmente, essa segurança só acontece quando estão junto da família. Pessoas com quem se sentem mais à vontade e de quem, naturalmente, se aproximam mais.

Por conseguinte, pedir às pessoas que, neste momento de crise, confraternizem menos não só é cruel como profundamente ignorante daquilo que é a Saude.

Saúde não é só a ausência de vírus.

Um contributo fundamental para a nossa Saúde são as nossas relações e uma relação segura não pode fazer-se exclusivamente através dum ecrã.

Laura Sanches

Psicologia Clínica

Cédula Profissional Nº 9314

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