quarentena no hotel nos açores

Para quem não sabe como se processa a chegada de ‘quarentenos’ a ilha de São Miguel. Na Tap embarcaram apenas +- 40 pessoas, todas de cá. Estudantes, Trabalhadores e Pacientes deslocados. No Avião, encontrava-se uma pessoa por fila, sem direito a tal refeição de viagem, derivado a conjuctura atual. Fizemos o preenchimento de questionário obrigatorio num silêncio ensurdecedor. Á chegada, na área de bagagem, havia 3 mesas de triagem com enfermeiros devidamente equipados, delineando um trajecto com fitas de modo a não ultrapassassar mos para zonas estéreis, um delegado de saude e varios policias a supervisionar … So apos a entrega dos questionarios, perguntas e informacoes do que se ia passar, finalmente tinhamos acesso a nossa bagagem, que para meu espanto, foi devidamente desinfectada antes da recolha. Dividiu-se o grupo em 2, uns para um hotel, outros para outro… Sempre escoltados por policias.
Para aqueles que acham que, o facto de estarmos num quarto de hotel, temos umas ferias dadas, esta mt enganado!! Não saimos do quarto, ninguem limpa e faz a nossa cama, deixam as nossas refeicoes a porta, nao se ve ninguem…. Tudo o que entra não sai, ou seja, a nossa louça e descartavel( lá se foi a minha preocupacao ambiental) depois de comermos temos de por tudo dentro de um saco com 2 nós que só recolhem as 22h. Roupas de cama, turcas, trocadas por nós de 3 em 3 dias. Se precisarmos de limpar o quarto, temos de pedir produtos e utensilios para o efeito, afinal sao 14 dias num quarto de hotel, muitas cambalhotas irei dar!! Estou sozinha e ha que manter a limpeza do espaco que graciosamente me disponibilizaram. Não é um direito que tenho, mas sim o dever de respeitar os demais.
Acho uma medida sensata e só tenho a agradecer o facto de, não me porem em risco, nem a por os outros. Estou completamente alone…, mas ciente que foi o melhor. Tenho fisioterapia por videoconferencia e acesso a cuidados de enfermagem que, como hoje, vieram devidamente preparados, bem dispostos, sem saber se estou infectada ou não, esboçando pelos olhos um sorriso de forma a dar-me um certo conforto numa situacão atipica e que nos assola a todos.