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For my Portuguese friends: A evolução da recente epidemia em Portugal faz-me notar o seguinte:
– A completa impreparação das lideranças políticas – todas – para liderar seja o que for. O seu voluntarismo e amadorismo são confrangedores.
– A desresponsabilização individual quer de políticos quer de instituições políticas. O Conselho de Estado – uma entidade obsoleta que apenas prejudica o país e que deveria ter sido extinto há décadas – apenas reforça a desresponsabilização a nível colectivo.
– O amadorismo e a ineficácia da maior parte dos processos da Administração Pública, que apenas servem para justificar as pequenas mentes de quem os concebeu e não para resolver os problemas das pessoas e servir o interesse público.
– A estupidez que caracteriza uma grande parte do edifício jurídico do país, que poderá ser tópico interessante para especulação nas salas caducas de faculdades de Direito nacionais mas que daí não passa. Infelizmente, constitui um imenso obstáculo ao desenvolvimento do país.
– A impreparação do país para fazer face aos desafios do futuro, dos quais o coronavirus não passa de um pequeno exemplo face ao que virá aí induzido por alterações climáticas.
– A ausência de responsabilidade como valor central da cultura que caracteriza o “ser português”, aspecto explorado com eficácia por políticos e gestores incompetentes, irresponsáveis e corruptos.
Precisamos de elevar muito o nosso nível de exigência em termos de competência, responsabilidade e ética nas nossas vidas e em sociedade. Precisamos de ser incomparavelmente mais exigentes no que respeita às lideranças políticas, ao funcionamento das instituições e à Educação das gerações futuras, pois será este o factor limitativo mais importante para a criação de valor. Precisamos de contribuir mais, a nível individual, para o bem comum.
