Views: 0
Uma palavra de conforto e de apoio não custa nada
Penso que o povo português, mais uma vez, na sua História de séculos, vai ser posto à prova, na sua capacidade de resistência, no seu estoicismo e na sua coragem, face à pandemia, que também nos atingiu, do coronavírus.
Parece claro que muitos portugueses vão ser afectados, muitas famílias vão sofrer e muitas empresas de vários sectores vão registar prejuízos num quadro crescente de dificuldades de vária ordem.
O Estado – através do Governo central principalmente, mas também dos Governos Regionais, nos casos dos Açores e da Madeira – terá que, cumprindo o que lhe compete, zelar por todos nós, utilizando para o efeito, acima de tudo, o Serviço Nacional de Saúde, agora tão necessário como nunca e tão nosso amigo como nunca, no plano nacional, assim como os Serviços Regionais de Saúde, nas Regiões Autónomas portuguesas.
Mas tudo isso não vai ser suficiente! Mais uma vez, penso que os portugueses vão ter de se ajudar uns aos outros, das formas que considerarem mais eficazes e solidárias. Peditórios não, porque depois o dinheiro oferecido fica em parte pelo caminho…Isso não!
Já existem no nosso país pessoas em aflição, a pensar na sua saúde, mas principalmente na saúde de filhos e netos. Já há pessoas que não querem sair de casa, com receio. Há pessoas que se encontram um chinês num passeio na rua fogem logo para o passeio contrário. Em resumo, em bom português, já há pânico. Justificado ou não, existe. Pode estar mais ou menos escondido ou dissimulado, mas existe, de facto. Não vale a pena disfarçar! E não é para menos, porque todos os dias surgem mais casos de pessoas contaminadas em Portugal.
Há um desafio colocado a todos nós, individualmente e colectivamente. Que temos que assumir nesta fase difícil!
As pessoas mais idosas, principalmente estas, estão alarmadas. Ouvem as autoridades de Saúde falar na televisão e não entendem bem o que dizem, até porque, por vezes, também não se fazem entender bem.
Ainda hoje assisti num supermercado uma senhora idosa, talvez com uns 80 anos, no momento de pagar as suas compras, dizer, emocionada: “Estava tão feliz com o meu bisneto e agora o que vai ser dele?”. Dirigi-me a ela e disse-lhe: “A senhora tenha calma! Há motivos de alguma preocupação, mas temos que ser fortes perante esta adversidade, que vai passar, com certeza”. Foi o que me ocorreu dizer-lhe.
Uma palavra de conforto e de apoio não custa nada e não tem preço. É o que se espera de todos os portugueses, nesta fase difícil da vida nacional. Pelo menos!