o nome Brasil (Monte) na ilha Terceira

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Pico do Facho no Monte Brasil.
Possui aí um punhado de história e outras histórias.
Começa pelo seu nome: Brasil.
Sabe-se que a “Ilha Brasil”, ou mais comumente Ilha de São Brandão ou Hy Brazil, era o nome de uma “ilha fantasma” do Oceano Atlântico ligada à tradição de São Brandão das terras afortunadas sitas a oeste do continente europeu.
A cartografia medieval europeia inclui com grande constância a Ilha do Brasil.
Porquê a designação dessa península da ilha Terceira, de “Monte Brasil”?

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  • Chrys Chrystello como transcrevi no meu ChrónicAçores Brasis há muitos…In CHRÓNICAÇORES: UMA CIRCUM-NAVEGAÇÃO
    DE TIMOR A MACAU, AUSTRÁLIA, BRASIL, BRAGANÇA ATÉ AOS
    AÇORESBrasil / Terceira – Cento e cinquenta anos antes da descoberta do Brasil já havia nos Açores esse nome. A origem é contraditória. As raízes estão em vocábulos italianos da Idade Média para designarem o vermelho: verzino, barcino, verzi, berzi, varzino, brazino e a palavra latina brasile “aspeto de brasa”. “Terras do Brasil” seriam as regiões onde se encontravam plantas tintureiras. Também no Oriente há espécies diferentes com o nome de “brasil”.
    O Monte Brasil é uma península com pouco mais de um quilómetro de largura e fecha a Angra que dá o nome à cidade. Já tinha esse nome antes de Pedro Álvares Cabral topar com o Monte Pascoal. Em 1436, nove anos depois da descoberta e três anos antes do povoamento dos Açores, a ilha foi assinalada como I. de Brazi no mapa-mundo do veneziano Andrea Bianco. Desde 1325 nos mapas e antes nas lendas, uma ilha chamada Brasil rondava o imaginário europeu e continuou a assombrar as cartas marítimas entre a Irlanda e os Açores.
    “Brasil” são duas palavras com etimologias e histórias diferentes. Uma, de origem celta, deu nome à ilha lendária, ao monte Brasil dos Açores, a um recife canadiano e ao sobrenome Brazil de descendentes de irlandeses. A outra, de origem árabe, deu “brasa”, “braseiro” e “pau-brasil” e o nome do maior país da América do Sul. “Wars” é o nome árabe de uma planta iemenita (“Memecylon tinctorium”), usada para tingir tecidos. Dela derivam o verbo “warrasa” (tingir vermelho-alaranjado) e o adjetivo “warsii” (cor de brasa).
    Maomé proibiu o seu uso nas roupas dos peregrinos a Meca. Os árabes chamam “warsii” a corantes vegetais que forneciam uma tonalidade semelhante, e o mais importante era extraído da árvore “pau warsii” ou pau-brasil.
    O Brasil irlandês nasceu em Dubhadh ou Sidhe Breasail, hoje Dowth, o mais imponente monumento pré-histórico irlandês. Breasal, filho de Felim, é o lendário antepassado de um clã Breasal no lago Neagh (Ulster), que em inglês é Clan Brazil e do qual descendem muitos de apelido Brazil.
    Mas no Brasil há algo mais intrigante do que a origem do nome. São vestígios de presença humana, há pelo menos 15 mil anos, como ossos humanos na Lagoa Santa (Minas Gerais) e cerâmica no baixo Amazonas. Quando os europeus chegaram ao Brasil havia entre 1,5 e 5 milhões de habitantes. No Nordeste, datações superiores a 10 mil anos foram constatadas na Bahia em Coribe (Morro Furado), em Central (Toca de Manoel); em Pernambuco, em Bom Jardim (Chã do Caboclo) e Brejo da Madre de Deus (Furna do Estrago); no Rio Grande do Norte em Parelhas (Sítio Mirador), em Carnaúba dos Dantas (Sítio do Alexandre).
    No Piauí além do Boqueirão da Pedra Furada, no Sítio do Caldeirão do Rodrigues I, obteve-se a data de 18.600 anos e 10-15 mil anos no Sítio do Meio, no Sítio da Janela da Barra do Antonião e no Sítio do Perna I. Finalmente, no vale do S. Francisco, em Petrolândia (PE), a Gruta do Padre e o Sítio do Letreiro do Sobrado forneceram datações entre 7 e 5 mil anos”.
    1351 – O Portulano Mediceo Laurenziano (Atlas Laurentino, Atlas Mediceo), na Biblioteca Nacional de Florença, Itália, assinala as ilhas “Cabrera” (Santa Maria e S. Miguel), Brasil (Terceira), Ventura (Faial), Columbis (Pico), Corvis Marinis (Flores e Corvo) e a de S. Jorge, sem, no entanto, a nomear.