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6 de junho (Açores) autonomia regional em poesia
574. soletras autonomia (lomba da maia) 14 abr 2013
ilhas de névoas e gaze
de novelões e conteiras
do verde e do azul
ó gente de negro basalto
quem canta a tua gesta?
terra de maroiços
cais de rola-pipas
mar imenso abraseado
lacerado por vulcões
ilhas de bardos e músicos
republicanos presidentes
poetas, pintores e artistas
antero, nemésio e natália
quem te liberta das grilhetas
do passado feudal
da escravatura da fé
do atavismo ancestral?
soletras autonomia
gaguejas liberdade
titubeias emancipação
com laivos de insubmissão
como a irmã galiza
cicias um 25 de abril
que tarda em chegar
584. autonomias (moinhos) maio 10, 2013
arquipelágica
nasceste para as palavras
sísmica
nasceste para a fé
vulcânica
nasceste para as lendas
autónoma
nasceste para a liberdade
que um dia terás
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594. autonomias nominais (moinhos) 6 junho 2013
“para saberes quem te governa descobre quem não podes criticar” voltaire
hoje acordei
sem voz
sem mãos
sem pés
sem coração.
habito nove ilhas de mil cores
num fiasco de autonomia
de pobreza sem alegria
arquipélago de mil autores
na independência poucos confiam
em busca de subvenções porfiam
submissos e acomodados
pobres e despreocupados
perenes servos enfeudados
ingénuos sempre explorados
melhor é ficar mudo e quedo
viver do esmoler subsídio
na eterna espera de godot
ou de mandela ainda no presídio
assim se explicam os açores
ilhas de mil e uma dores
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672 BANDEIRA da liberdade 12/7/2015
a minha bandeira tem 9 estrelas
e um milhafre de asas abertas
peguei no milhafre da minha bandeira
e com ele subi às estrelas
constelação de sonhos incumpridos
no meio do grande mar oceano
mero porta-aviões europeu
navegando rumo às Américas
cortemos ancoras e amarras
atemos um laço em volta do pico
arquipélago a reboque da liberdade
icemos velas desfraldadas
e voguemos até porto seguro
tal como a jangada de pedra de saramago
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678 autonomias açorianas (moinhos) 20 ago 2015
a independência é o fim
último das autonomias
de nada serve criar
sonhos grandiosos
(de independência)
em fundações movediças
mais valera criar
realidades funcionais
(de autonomia)
firmes na instabilidade destes vulcões
de nada serve sonhar
sem lançar alicerces
de cultura e educação
só um povo culto e educado
pode ser libertado
só um povo autónomo
pode ser independentizado
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696. liberdade já, 12/7/17
O que queremos?
Liberdade já!
Por que queremos?
Só um povo emancipado pode ser livre!
Quando queremos?
Já!
Quem somos?
Um povo, uma alma, uma cultura
Queremos liberdade já
Das grilhetas coloniais
Das falsas autonomias
Do centralismo anquilosante
Das esmolas dependentes
Dos subsídios e RIS
Mais vale a miséria em liberdade
Do que a pobreza envergonhada
Mais vale errar livres
Do que sermos obedientes súbditos
Mais vale morrer livres
Do que em paz sujeitos
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708. ainda queria sonhar que havia futuro (lomba da maia) 25 jun 2019
nasci de bruma e de névoa me finarei
se nalguns dias alumiei a triste sina
noutros apaguei a musa divina
com palavras que jamais grafarei
não queria que a terra fosse plana
já temos idiotas quanto basta
religiões e políticos só na cataplana
lume brando com tempero que satisfaça
deem-me outro povo menos manso
gente de sangue na venta
capaz de vencer a tormenta
sair deste letargo, deste descanso
hábil a construir um futuro
prender pedófilos e corruptos
criminosos e outros brutos
ter um projeto nascituro
um sonho recompensador
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672 BANDEIRA da liberdade 12/7/2015
a minha bandeira tem 9 estrelas
e um milhafre de asas abertas
peguei no milhafre da minha bandeira
e com ele subi às estrelas
constelação de sonhos incumpridos
no meio do grande mar oceano
mero porta-aviões europeu
navegando rumo às Américas
cortemos ancoras e amarras
atemos um laço em volta do pico
arquipélago a reboque da liberdade
icemos velas desfraldadas
e voguemos até porto seguro
tal como a jangada de pedra de saramago