565 hipocrisia de votos crónica de chrys c

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565. hipocrisia de votos 1.1.2025

o que estão a celebrar?

O planeta deles deu uma volta completa em torno da sua estrela

Avisei-te que eles não eram muito inteligentes

Estive a fazer zapping em vários canais de TV lusitanos e em todos ouvi as pessoas desejarem, paz, saúde e dinheiro…eram quase unânimes nestes votos. É pena que durante 365 não pensem assim nem façam os mesmos votos hipócritas. Afinal que celebram as pessoas na passagem de 31 dezembro para 1 de janeiro? Nada mais do que uma mudança de dia, de mês e de ano? Nada mais do que a comercialização de mitos, benéficos para os vendedores de álcool (em todos os formatos, tamanhos e feitios com predominância do espumante, francês ou não), restauração e hospitalidade (jantares de passagem de ano a 200 euros eram normais este ano), para a indústria de pirotecnia a nível mundial e tudo o que se possa associar a emissões televisivas desde Kiribati (leia-se quiribáci) que é o primeiro a mudar de ano e fuso até às Aleutas (no mar de Bering, em pleno Alasca, as últimas ilhas a mudarem de ano). Criaram-se, a seu tempo, tradições e mitos em torno desta mudança de ano, que em Portugal assumem aspetos anedóticos … O pensamento do dia passa por deixar o ano novo de 2024 da melhor forma e levar a sorte para o ano que está aí à porta. Todos os anos, as tradições e os rituais são recordados e repetidos, mas tratando-se de sorte, não se perde nada em acrescentar novos rituais à lista. Dizia o CM: da simbologia das cores a gestos pensados ao pormenor para a concretização de objetivos específicos, descubra os rituais mais populares para atrair a sorte na entrada do novo ano:

  1. Usar roupa interior vermelha ou azul;
  2. Mergulhar um anel num copo se tiver a ambição de casar no próximo ano;
  3. Comer 12 passas (acredita-se que debaixo da mesa pode dar mais sorte);
  4. Incluir lentilhas no jantar de 2024;
  5. Varrer a casa para ‘fora’, com o objetivo de abandonar os males no ano velho;
  6. Queimar um papel com as histórias negativas do ano;
  7. Deixar uma janela aberta para que os desejos possam voar para o próximo ano;
  8. Colocar moedas dentro de um sapato para receber notas em 2025;
  9. Partir objetos velhos;
  10. Se ambiciona viajar, leve uma mala até à porta de casa;
  11. Vestir uma peça de roupa nova;
  12. Acender uma vela;
  13. Subir para cima de uma cadeira com o pé direito;
  14. Tomar o primeiro banho do ano no mar;
  15. Utilizar panelas para fazer barulho;
  16. Escrever uma lista com todos os desejos para o próximo ano.

Claro que eu mesmo em jovens anos, segui algumas destas indicações, mas posso afirmar categoricamente, que de nada serviu, nem mesmo comer as 12 passas (não debaixo da mesa mas ao pé-coxinho) que, apesar de não constar da lista, era tradição lá em casa.

Por outro lado em idade mais avançada , a partir dos 65 anos, comecei a ter uma prece especial, que o ano seguinte não fosse pior que o anterior, mas nem assim, os anos posteriores conseguiram sempre vir piorando, um após outro.

E as preces dos outros para mais paz, saúde e amor? Nenhuma delas se cumpriu nem cá em casa, nem em casa deles, nem no mundo pelo que foram um desperdício de preces e de palavras ocas.

Mas há sempre quem acredite em milagres e gente de muita fé continua – ano após ano – a pedir as mesmas coisas. Fazem-me lembrar eu quando peço para me sair o Euromilhões sem preencher o boletim!

Este espírito natalício é falso e tolo ao insinuar que nesta época se deve amar, perdoa r e abrir o coração aos outros. As palavras gastas de “Feliz Natal e Próspero Ano Novo” são plástica, poluentes que não se dissolvem no fundos mares, tal como os abraços e os sorrisos desta época. Gostava de um dia observar um espírito natalício real, em que as pessoas digam, de verdade, o que pensam, o que sentem, com votos reais para o futuro ano sem ser nesta voragem consumista em que todas as festas e tradições se tornaram. O pior de todos são os políticos que amansam no natal e brincam à caridadezinha com uns tostões enquanto gastam milhões em pistas de gelo (são mesmo típicas e usuais aqui nos Açores), aldeias natal, e sei lá que mais parvoíces inventam para satisfazer as massas. Pena é esquecerem-se delas durante o resto do ano.

Chego a questionar-me será que toda esta hipocrisia é um vírus?

 

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