Views: 0
um país que dedica 0,21 % à cultura não merece futuro, nem presente nem passado….CHRYS CHRYSTELLO
André Cunha Leal
is feeling ashamed.
O Valor da Cultura para a Política…
0,21% atribuídos no Orçamento de Estado
Um valor que diz muito da sociedade que queremos, dos políticos que temos e do país que ambicionamos ser!
0,21%, desilude e, sobretudo, envergonha! Para dizer a verdade torna tudo secundário, dado que estamos a falar de um governo que fez da recuperação do Ministério da Cultura uma bandeira e agora atribui-lhe um dos valores relativos mais baixos da história recente. Isto revela que os nossos politicos, numa altura de profunda crise, nem sequer compreendem a importância do investimento em cultura, no que isso pode dar sustento à sociedade como um todo, à preparação dos cidadãos, e até a uma maior estrutura no relançamento de sectores tão importantes como o do turismo.
Por isso mesmo vale a pena aqui repetir um dado. Segundo o IGAC, em 2016 o Valor acrescentado da Cultura era de 1,7%, ou seja 8 vezes mais do que agora o governo atribui ao sector no orçamento de estado.
Na cultura sabemos que todos os sectores económicos devem contribuir para as áreas sociais e de soberania do Estado, mas entre 1,7 e 0,21% vai um fosso gigantesco, pelo que é natural que haja quem se sinta roubado.
Para além disso até o facto do estudo do IGAC ser de 2016 e de não haver uma actualização mais recente, subentende um certo desprezo das estruturas do estado por este sector.
Como podem perceber o sentimento é avassalador na cultura, desde os que se sentem roubados, aos que se sentem desprezados. Eu falaria de uma profunda desconsideração.
Podia estar aqui a escrever sobre as políticas de contenção do COVID e as suas consequências para a cultura, a falta de capacidade da segurança social para fazer face ao flagelo que se abateu sobre o sector ou até da adequação ou não das medidas sectoriais aplicadas pela tutela. Mas não… perante o valor que se dá à cultura, parece-me óbvio que tudo tem que começar pela valorização deste sector. Valorização em todos os sentidos, no financeiro e, mais que financeiro, naquilo que é o valor estratégico do sector para a sociedade e para a economia.
Eu deixo aqui uma pequena dica: o sector da cultura e das indústrias criativas é só o quarto maior empregador da Europa e uma das suas maiores forças de produção. Está na altura de reinvindicarmos o nosso verdadeiro valor e não aceitar a permanente desvalorização de que somos alvo. Continuar-se com esta desvalorização tem um único nome: desprezo… custa-me muito sermos desprezados assim!
Chrys Chrystello
Comment
Share