crónica 541 NOVOS PARADIGMAS VELHOS MAUS HÁBITOS

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541. NOVOS PARADIGMAS VELHOS MAUS HÁBITOS 23.8.2024

Sei que começam a surgir negras nuvens no horizonte com novos paradigmas, novas normas e novas imposições do que se esperam sejam comportamentos aceitáveis, numa nova ordem mundial totalitária ainda mais autoritária e déspota que as anteriores. refiro-me ao execrável fenómeno WOKE, que felizmente começa a ter alguma oposição dentro de setores da sociedade (nomeadamente cinema e desporto.)

No sentido diametralmente oposto o atavismo tradicional em que não há o mínimo respeito pelo OUTRO, mas onde, em nome de um costume, hábito, ou perpetuação arreigada de costumes, e se sobrepõe ao interesse coletivo e ao individual e apenas se compraz na celebração tradicional como aquele a que assistimos, ano após ano, nas festas da padroeira ou da paróquia.

Com a conivência das autarquias (Juntas, Câmaras, etc) que sempre amealham mais uns cobres, e garantem os votos necessários à sua reeleição são concedidas, a torto e a direito, todo o tipo de licenças desde tendas para a venda de comida, ao rebentamento de foguetes, roqueiras, etc, à instalação de bares provisórios durante a semana das festas com aparelhagens sonoras (muitas vezes debitando sons e “baixos” bem acima dos 85 decibéis que a lei autoriza.

Para quem tem animais domésticos (que reagem mal ao rebentamento de foguetório), para quem trabalha na manhã seguinte, para quem é doente e necessita de silêncio e descanso, para quem não participa na festa (mas, senhor, haverá quem não queira participar no evento mais importante do ano???) são uns dias de terror Durante o dia foguetes após as sete da manhã e sabe-se lá até que horas e de noite a música reverberar por paredes e janelas (mesmo com vidros duplos) até altas horas (se acabar pelas 3.30 andam com sorte, pois outras vezes prolongam-se até ao raiar da alvorada).

Na minha opinião acho bem e importante para as gentes locais a realização destas festas, das tendas, dos bares, da música, mas devem realizá-los nas cercanias da freguesia (em descampados, pavilhões desportivos, etc.) e não no centro da paróquia cheio de casas de habitação, com animais alérgicos ao barulho, com doentes e trabalhadores a necessitarem de silêncio e descanso.

É este atavismo que contribui para o atraso civilizacional e que, infelizmente, nos distingue negativamente de sociedades mais evoluídas socialmente. Falta o respeito pelo OUTRO, no fundo é, também, uma espécie de movimento WOKE à moda antiga.

Ninguém vos quer tirar o direito à festa anual mas apenas torná-la aceitável para toda a população.

One thought on “crónica 541 NOVOS PARADIGMAS VELHOS MAUS HÁBITOS

  1. É bem assim… mas vale a pena colaborar com a alegria popular que saúda o seu Padroeiro.

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