A HISTÓRIA NÃO SE APAGA.
A ÁGUA TEM MEMÓRIA.
Querem “tapar com uma peneira” o que sucedeu na Invicta.
Taparam a totalidade dos Ribeiros que ligavam ao Rio da Vila,
este que desagua no Douro.
Eis o resultado com obras do Metro mal projectadas.
O rio da Vila é um ribeiro na cidade do Porto que desagua no rio Douro, em Portugal. Com o desenvolvimento urbano, o rio da Vila acabou por ser totalmente canalizado.
O rio da Vila aparece indicado no documento de doação de D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, do burgo portucalense ao Bispo D. Hugo. É designado como Canallem maiorum, por contraponto ao “canal menor” que seria o Rio Frio, mais para poente. Foi também conhecido por rio da Cividade, por passar perto do Morro da Cividade.
Em 1336, D. Afonso IV deu início à construção das novas muralhas da cidade que, ao se arrastar por um longo período de trinta e oito anos, terminou já durante o reinado de D. Fernando. Daí o facto de a cerca ser popularmente conhecida como Muralhas Fernandinas. Terá sido nessa altura que se terão canalizado os ribeiros que se juntavam no largo fronteiro ao antigo Convento de São Bento da Avé-Maria. Num documento de 1409 o ribeiro aparece descrito como rio de Carros, por correr no subsolo desta porta aberta na muralha e que ficava em frente à Igreja dos Congregados.
Em 1763 a parte deste rio próxima da Ribeira foi coberta com a construção da Rua de São João. E em 1875 com a abertura da Rua de Mouzinho da Silveira foi canalizado na parte que ainda estava a descoberto. Obras posteriores, como a construção da Avenida dos Aliados, na segunda década do século XX, foram condenando ao subsolo também os mananciais do rio da Vila.