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Há muito, muito tempo atrás, havia uma senhora auxiliar de educação, auxiliar de ação educativa, ou A. Operacional, como hoje lhes chamam, que limpava, cozinhava, prestava auxílio aos professores e cuidava dos alunos todos numa determinada escola, completamente sozinha.
À moda de gata borralheira de joelhos no chão, enceirava as mesmas salas que existem na atualidade.
Eram muitas mais as crianças, eram outros tempos e outras modas.
Tudo se fez, a geração cresceu e sobreviveu, a senhora nunca recebeu grande crédito pelo serviço que prestou nas condições em que o exerceu. Trabalhou que nem uma escrava para receber um quente e um frio quando chegou à reforma. Mas isso, é outra história.
Resumindo, se uma dava para tudo antigamente, agora muitos poucos, não chegam?
Hoje a “função pública” já não é a mesma. Trabalhar nas condições de antigamente, já não sei se seria tão aliciante como o é agora.
Todos querem ir para a função pública, há muito boa gente e bons profissionais a desempenhar funções na função pública, outros nem tanto, como também outros tantos que trabalham lá, sem serem funcionários públicos, estando ao abrigo de programas sociais de emprego devido à elevada desempregabilidade.
A prática tem sido sempre esta: Toca a enfiar gente, para as escolas, para os centros de saúde, para as instituições, para as autarquias, etc.
Foi-se convertendo o desemprego em emprego temporário, e de tempos em tempos mudavam os nomes dos programas e prolongavam ora mais 6 meses ora mais 1 ano o tempo de serviço.
Quando os ditos empregados temporários já encontravam-se enraizados no local e no serviço que prestavam era quando chegavam ao fim dos programas, ou seja, voltavam novamente à estaca zero, ao desemprego.
Isto não faz bem a ninguém, é um ciclo vicioso, serviu as instituições , os serviços públicos, durante muito tempo, porque precisavem de mão -de- obra como também serviu os desempregados que precisavam de trabalhar e ganhar um meio de sustento. Mas fez muito mal.
Lentamente foi -se abrindo um enorme buraco que estendeu- se a outros sectores de mercado laboral como também abriu uma série de ilegalidades e injustiças.
Sim, porque houve muitas ilegalidades, enquanto recebiam dos programas houve muitos desempregados que tiraram as suas licenciaturas, e continuaram a dar os seus garetos por aqui e por ali, fazendo obras particulares e recebendo dos dois lados…uma salada russa bem grande, que deu de mamar a muita gente e ainda hoje quando fala-se em acabar os programas são os primeiros a reclamarem.
Não há e continua a não haver fiscalização, isso foi uma festa para muitos durante, muitos anos.
Coitado daqueles que realmente precisavam de trabalho, tinham de esperar na fila a ver tudo isto.
É Duro.
Há falta de mão- de -obra em todo o lado, mas parece que aos olhos dos desempregados só existe a função pública e porquê?
Porque foram mal acostumados E ESTÃO MAL ACOSTUMADOS, ao longo dos anos têm TIDO AS mesmas REGALIAS a nível salarial e de trabalho que um funcionário público que teve que prestar provas, QUE teve de ser avaliado pelo trabalho que presta. É Justo!
Quantos desempregados concorrem para uma ou outra vaga que vai abrindo e agora com mais frequência, são para aí uns 200 ou 300, sabem o que se gasta em média para adquirir a legislação de apoio para a realização de uma prova de conhecimentos, cerca de 30 a 40 euros, mais a deslocação a ponta delgada, para quem vive mais longe e não tem transporte a horas de fazer a prova, tem de pagar táxi ou amanhecer para apanhar autocarro, mais os nervos a ansiedade para que a prova corra bem, pelo menos com nota positiva para passar ou conseguir a vaga, e depois venhem os testes à saúde fisica e mental e depois o período de experiência, e as avaliações. Já viram o que um desempregado que quer ser funcionário público, tem de se submeter.
Onde está a progressão, nas carreiras dos funcionários que trabalham à mais de 10 anos e que ganham exatamente o mesmo que o colegas que entram de novo ao serviço, onde estão as reavaliaçoes aos serviços públicos para se saber ao certo quantos funcionários serão necessários para que os serviços sejam assegurados?
Antes de abrirem-se novas vagas é necessário haverem essas reposições.
Nos programas os desempregados são simplesmente lá colocados e depois como isso não bastasse, agora também acham -se no direito de ficarem fixos nos mesmos serviços.
Nem todos os desempregados podem fazer programas e para isso existem os concursos e os anúncios de trabalho.
Respeitem as nossas leis de contratação pública.
Haja paciência, trabalhos há muitos, querem ficar fixos no público, concorrem em pé de igualdade como os demais desempregados.
Outra coisa, trabalha-se muito mais no privado ou por conta própria do que na função pública.
Daí a razão de tanta procura.
Se fosse para trabalhar como no tempo da Sra. Do início deste texto mais de metade ou ninguém queria ir para as escolas.
Sempre haverá falta de funcionários em todo o lado porque os contextos mudem e estão em constante evolução, por isso é importante empregar consoante as necessidades prementes, mas com rigor e estabilidade laboral para quem as desempenha.
Procuram estabilidade laboral então força, lutem! Procuram trabalhar.
Haja JUSTIÇA!
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- Ana Maria Silva alguém traga um nobelEssa senhora disse tudo
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- Ana Fagundes pensei o mesmoE ainda dava banho as crianças com mais necessidade lavava a roupa e estendia pra eles terem k vestir no outro dia.E que jardim de lindo tinha a nossa escolaB…See more
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