Categoria: OBIT OBITUARIO

  • morreu a filha de charlie chaplin

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    França anuncia morte da filha de Charlie Chaplin.
    Le Figaro: Josephine, filha de Charlie Chaplin, morre em Paris aos 74 anos.
    22 de julho de 2023 às 19h12
    A filha do actor de cinema mudo britânico Charlie Chaplin, Josephine, morreu em Paris aos 74 anos, informou o jornal Le Figaro.
    Especifica-se que ela foi a quarta entre os filhos de Chaplin em seu casamento com Una O’Neill.
    A causa da morte dela não foi informada.
    Josephine Chaplin, quarta filha da estrela do cinema mudo, morreu aos 74 anos .
    Note-se que a atriz estrelou alguns dos filmes de seu pai, incluindo “The Countess from Hong Kong” e “Lightlights”.
    Além disso, após a morte de seu pai, Josephine fez grandes esforços para perpetuar sua memória.
    Anteriormente, foi relatado que o ator soviético e israelense Vladimir Portnov, conhecido por seu papel como joalheiro no filme Prisioneiro do Castelo de If, ​​morreu.
    O artista morreu em 14 de julho aos 82 anos. A causa da morte não foi especificada.
    Portnov começou sua carreira na década de 1960. Em 1991, ele partiu para Israel, onde tocou no Gesher Theatre e encenou apresentações no Habima National Theatre e no Zlotnikov Theatre Noah’s Ark.
    Nos anos 2000, voltou para a Rússia, continuando seu trabalho como ator e diretor.
    Portnov foi lembrado pelo público por seu papel como joalheiro no filme “O Prisioneiro do Castelo de If” (1988), Robert Oppenheimer em “Leonardo’s Morals” (1987), Stefan Vonifatiev em “The Split” (2011) e um papel episódico na série de TV “Opera.
    Crônicas do departamento de homicídios.
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  • MORREU TONY BENNETT

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    MORREU TONY BENNETT
    Morreu Tony Bennett. Cantor tinha 96 anos
    O cantor norte-americano sofria da doença de Alzheimer, diagnosticada em 2016.
    DN/AFP/Lusa
    21 Julho 2023
    Morreu esta sexta-feira, em Nova Iorque, o cantor Tony Bennett, aos 96 anos, avança a Associated Press. O norte-americano sofria da doença de Alzheimer, diagnosticada em 2016.
    Anthony Dominick Benedetto nasceu a 3 de agosto, de 1926, em Nova Iorque, e tornou-se numa referência do grande cancioneiro americano, mas também do jazz. A notícia da sua morte foi confirmada pela agente Sylvia Weiner.
    Tony Bennett ficou famoso no início dos anos 1950 com sucessos como Because of you, tendo relançado a sua carreira a partir de meados dos anos 1990, com duetos com figuras ‘pop’, destacando-se mais recentemente duetos com Amy Winehouse e Lady Gaga.
    A par de Sinatra, Perry Como e Dean Martin, Tony Bennett é apontado com um dos mais importantes cantores norte-americanos de origem italiana, que dominaram o panorama musical norte-americano durante décadas.
    Com uma carreira de mais de sete décadas, Tony Bennett interpretou os clássicos norte-americanos e temas como I Left My Heart In San Francisco – que lhe deu dois dos 18 Grammy Awards, dos quais um de carreira, em 2011 -, entre outros sucessos, incluindo Rags to Riches, Stranger in Paradise.
    Foi em 1956, com 20 anos, que lançou o seu primeiro álbum, tendo vendido desde então milhões de discos.
    Num percurso com mais de 70 álbuns, Bennett lançou três com duetos de sucesso, num deles cantou com Amy Winehouse naquela que viria a ser a última gravação da cantora antes de morrer em 2011, aos 27 anos.
    Comemorou o 90º aniversário com um espetáculo repleto de estrelas no Radio City Music Hall de Nova Iorque, que foi transformado num especial de televisão e álbum. O título foi tirado de uma canção popularizada por Bennett: The Best Is Yet to Come.
    Na última década, Bennett viajou pelos Estados Unidos e pela Europa, terminando a digressão em Nova Jersey, a 11 de março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
    O cantor atuou algumas vezes em Portugal, as últimas das quais em 2003, nos casinos do Estoril e da Póvoa de Varzim. Há também registo de concertos de Tony Bennet em Portugal em 1988 e em 1998.
    A última aparição pública de Tony Bennett aconteceu em agosto de 2021, no espetáculo com Lady Gaga One Last Time, no Radio Music City Hall, em Nova Iorque, dois meses antes da edição do segundo álbum que gravou com a cantora, Love for Sale, que seria o último da sua carreira.
    Tony Bennett passou também pela Sétima Arte, tendo-se estreado no cinema em 1966 no filme “Sucesso sem escrúpulos”, de Russell Rouse. Mais tarde voltou ao cinema, mas a fazer de si próprio, em filmes como Uma questão de nervos” de Harold Ramis, e Bruce, o todo poderoso, de Tom Shadyac.
    Aos 64 anos, foi transformado num desenho animado da série The Simpsons e, aos 82, teve uma participação na série A vedeta, da HBO.
    Entre os parcerias que destacou na sua carreira, está o encontro com o pianista de jazz Bill Evans (1929-1980), que resultou em algumas sessões ao vivo e nos discos The Tony Bennett Bill Evans Album, de 1975, e Together Again, de 1977, nos quais interpretaram clássicos em duo como Some Other Time, de Leonard Bernstein, Betty Comden e Adolph Green, Waltz for Debby, do próprio Bill Evans com Gene Lees, e Days of Wine and Roses, de Henry Mancini e Johnny Mercer.
    Em 2017, numa entrevista à revista digital JazzWax, de Marc Myers, Tony Bennett lembrou a parceria e o modo como o trabalho com Bill Evans o marcou. Recordou então um diálogo com o pianista, antes de um concerto, quando este lhe disse “apenas interessava seguir a verdade e a beleza” da música e “ficar por aí”.
    “Segui o conselho de Bill [Evans] e pensei nas suas palavras durante todo o concerto. Ainda hoje penso no que ele me disse naquela noite, antes de seguir em frente.”
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  • mais um que se foi PETER, PAUL & MARY

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    Our dear friend and fellow performer, Paul Prestopino, has passed. “An extraordinary talent, and what a sweetheart he was!”, says Peter. “He toured and recorded with us for over thirty years, On my solo recordings, he was my go-to buddy, playing guitar, banjo, mandolin, harmonica and more – any, or all, of them on a given song. He always found the most tasteful, moving, way to “layer” them in so that together, they told the song’s soul, and its story. For so many, Presto was a “musician’s musician”, a real mench-and-a-half and, in the trio’s eyes, his politics and his unrepentant, ethical, heart were absolutely the best!
    May his name be a blessing in our lives. “Presto was a jewel”, says Noel “I loved his directness and his always appropriate reminder that the shortest distance between two points was a straight line (must have been the carpenter in him). Whether in the context of Peter, Paul and Mary, my solo work or our personal friendship, I am forever thankful for his generous and uniquely supportive presence in my life. He will be deeply missed.”
    P.S. He loved to laugh and, as a matter of principle, he always wore overalls and different colored socks — on stage and off.)
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  • Cantora e atriz britânica Jane Birkin morre aos 76 anos – Impala

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    Que p… mais uma criatura que, de alguma forma, amámos e a vida nos roubou.
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    Luís Filipe Borges

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    You, Fatima Sousa, João Silveira and 9 others

    João Silveira

    Ouvir o “Je t’aime, moi non plus” no Rádio Clube de Angra antes de Abril de 74… que ousadia (de parte a parte).
    JANE BIRKIN – Je t’aime… também no filme de Roger Vadim
    «Don Juan ou si don Juan était une femme» (1973)
    (com Jane Birkin, Brigitte Bardot, Maurice Ronet, Mathieu Carrière.)
    Sim, Don Juan também pode ser uma mulher…
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    Maria Araújo

    A cantora do je t’aime… moi no plus. Faleceu. RIP.
    Se pode !.. As D. Joanas são igualmente perigosas!.. Insaciáveis sedutoras, sem envolvimento afectivo, ou empatia!.. A psicopatia é uma doença, que afecta homens e mulheres.

    A cantora e atriz britânica Jane Birkin morreu hoje aos 76 anos, depois de desenvolver praticamente toda a sua carreira artística em França, apesar de ter estado algum tempo afastada devido a problemas de saúde. – Impala

    Source: Cantora e atriz britânica Jane Birkin morre aos 76 anos – Impala

  • morreu Milan Kundera a Insustentável leveza…

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    MORREU KUNDERA
    Morreu Milan Kundera, autor de “A Insustentável Leveza do Ser”
    Escritor morreu vítima de doença prolongada. Tinha 94 anos. Milan Kundera nasceu em Brnö, na antiga Checoslováquia e, em 1975, fixou residência em Paris, adotando em 1981 a nacionalidade francesa.
    Morreu Milan Kundera, autor de “A Insustentável Leveza do Ser”
    © Radek Mica / AFP
    DN/Lusa
    12 Julho 2023
    Oescritor Milan Kundera, autor de “A Insustentável Leveza do Ser”, morreu aos 94 anos, avançou esta quarta-feira a Reuters, que cita a emissora estatal da República Checa.
    “Infelizmente, posso confirmar que o senhor Milan Kundera faleceu ontem (terça-feira) após uma doença prolongada”, disse à AFP Anna Mrazova, porta-voz da Biblioteca Milan Kundera na cidade natal do escritor, Brnö.
    Exilado em França desde 1981 e autor de, entre outros livros, “A Insustentável Leveza do Ser”, publicado em 1984 e adaptado para o cinema quatro anos mais tarde, o gigante da literatura mundial é com siderado como um dos mais célebres escritores contemporâneos.
    Também autor de La Plaisanterie (A Piada) e L’Immortalité (A Imortalidade), Milan Kundera nasceu a 1 de abril de 1929 em Brno, na antiga Checoslováquia, e exilou-se em França em 1975, tendo adquirido a nacionalidade francesa em 1981.
    Kundera escreve os seus romances em francês, desde La Lenteur (A Lentidão), publicado em 1993. Em 2011, as suas obras foram publicadas pela Bibliothèque de la Pléiade, a prestigiada coleção editada pela Gallimard.
    A sua obra foi traduzida em cerca de 40 línguas, o que faz de Kundera um dos autores mais traduzidos do mundo.
    Milan Kundera tem tido uma relação complicada com o seu país de origem. Apesar de se ter naturalizado francês em 1981, obteve finalmente a nacionalidade checa em 2019.
    Em julho de 2020, decidiu legar os seus livros e arquivos à Biblioteca Regional de Brno, a sua cidade natal.
    Autor de uma vasta obra, que abrange o romance, o ensaio e a poesia, Kundera recebeu, entre outros, o Prémio Médicis (1973), o Prémio Mondello (1978), o Prémio Common Wealth (1981), o Prémio Jerusalém (1985) e o Prémio Independent de Literatura Estrangeira (1991).
    Filho do músico Ludvik Kundera (1891-1971), um importante musicólogo e pianista que esteve à frente da Academia Musical de Brno de 1948 a 1961, Milan aprendeu a tocar piano com o pai e estudou musicologia e composição musical, influências que podem ser encontradas na sua obra.
    Kundera faz parte de uma geração de jovens checos que tiveram pouca experiência com uma nação democrática no pré-guerra, pois a sua ideologia foi em grande parte influenciada pelas Segunda Guerra Mundial e pela ocupação alemã.
    Ainda adolescente, Kundera filiou-se no Partido Comunista, que tomou o poder em 1948. Na Universidade Carolina, de Praga, estudou literatura e, após dois semestres, mudou para a faculdade de cinema, na Academia Checa de Artes Cénicas, onde teve aulas de direção de longas-metragens e de argumentos.
    Em 1950, foi temporariamente forçado a interromper os estudos por razões políticas. Neste ano, tal como outro escritor checo, Jan Trefulka, foi expulso do Partido Comunista Checo por “atividades anti-partidárias”.
    Trefulka descreveu o incidente num dos seus romances, mas Kundera utilizou o incidente como inspiração para o tema principal da obra “A Brincadeira”, de 1967.
    Em 1956, Kundera foi readmitido no Partido Comunista mas, em 1970, porém, foi novamente expulso.
    O escritor, assim como outros artistas checos, entre eles Václav Havel, envolveu-se na Primavera de Praga, em 1968. O período de otimismo foi destruído em agosto do mesmo ano pela invasão soviética e pelo exército do Pacto de Varsóvia da Checoslováquia.
    Kundera e Havel tentaram acalmar a população e organizar uma sublevação reformista para fazer face ao totalitarismo comunista da União Soviética, tendo permanecido neste intento até desistir definitivamente, em 1975, ano em que decide exilar-se em França.
    O escritor teve sua cidadania revogada após um desentendimento com o Partido Comunista da Checoslováquia, em 1979, quando o escritor já estava em França. Tal ação de retirada da cidadania do escritor é fruto de desentendimentos com os comunistas checos que começaram ainda em 1950.
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  • Acabou de falecer o Prof. José Mattoso.

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    https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Mattoso

    Última Hora – Morreu o historiador José Mattoso
    Lisboa, 08 jul 2023 (Lusa) – O historiador José Mattoso morreu hoje, aos 90 anos, informou o atual diretor da Torre do Tombo, destacando o seu papel na modernização dos arquivos nacionais e municipais.
    SBR // ROC
    Lusa/fim
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    POR UMA TERRA DA ALEGRIA E DA JUSTIÇA. Ainda há uns meses Frei Bento Domingues lhe dedicava a sua crónica do Público (22-I): “Neste domingo, faz 90 anos o grande historiador José Mattoso. Desejo que este meu amigo continue a ajudar-nos a levantar o Céu na Terra da Alegria e da Justiça”. Lindíssima, esta homenagem ao meu antigo professor, referência maior da historiografia portuguesa, que hoje partiu, noventa anos feitos, uma lição perene, uma obra científica imensa. José Mattoso (1933-2023) partiu. Os historiadores, os que investigam e que amam a História, estão de luto.
    LUTO – MORREU O HISTORIADOR JOSÉ MATTOSO
    Foi um dos maiores medievalistas portugueses, professor e diretor da Torre do Tombo. Viveu em Timor, estudou na Bélgica. Nasceu em Leiria, em 1933. Sofria há vários anos da doença de Parkinson
    Luciana Leiderfarb
    Jornalista/Expresso
    O historiador, na altura com 88 anos, tinha lançado meses antes um livro pela Temas e Debates, a editora onde tem a obra publicada. Chamava-se “A História Contemplativa” (Temas e Debates) e era uma coleção de ensaios escritos entre 1996 e 2013. Neles, refletia sobre o ofício e a metodologia do historiador, além das temáticas que desde sempre lhe interessaram. Assim, ao mesmo tempo que explicava como o seu trabalho equivale ao “movimento da Humanidade sujeita ao tempo”, por sua vez desdobrado em “História vivida” e “História escrita” – “o que o Homem fez desapareceu com o tempo, mas foi re-representado, isto é, ‘tornado presente’ pelo que contou, pelo que escreveu e pelo que criou” -, debruçava-se sobre “a religião dos alentejanos”, “a leitura e a escrita na cultura monástica medieval”, “Portugal no reino de Leão” ou o que é ser um medievalista (como ele). Uma ânsia de definir e definir-se percorre o livro, tão atual ainda que os textos pertençam a essa saga escrita que com o tempo moldamos e nos molda.
    José Mattoso, que morreu este domingo vítima de Parkinson, escolheu a História por ser uma narrativa, a nossa. A que contamos sobre nós mesmos. Antes disso, tinha optado pela vida monástica, passando 20 anos na Abadia de Singeverga, em Santo Tirso. Mas essas duas vias não estavam desligadas: “Não sou historiador por opção profissional, mas para ser fiel à vocação monástica, na medida das minhas capacidades”, disse ao Expresso há dois anos. Diferenças entre os seus ideias e a prática – entre a vida ativa de um monge e a contemplação que ele procurava para si – levaram-no a sair de Singeverga, passando a alternar períodos de reclusão voluntária em aldeias ou povoados isolados com outros de docência e atarefada investigação.
    Os historiadores José Mattoso, Rui Rocha e A. H. de Oliveira Marques, antes de uma reunião aberta a não maçons realizada em Lisboa em 1979
    Os historiadores José Mattoso, Rui Rocha e A. H. de Oliveira Marques, antes de uma reunião aberta a não maçons realizada em Lisboa em 1979Foto Rui Ochoa
    O monge beneditino
    Nascido em Leiria a 22 de janeiro de 1933, veio de um meio conservador e católico. O pai, professor, ex-seminarista e admirador de Salazar tinha estudado Direito em Coimbra, era professor de liceu e ficou conhecido pelos compêndios de História de Portugal que viria a escrever. O filho herdou o pendor religioso, de que deu conta logo aos oito anos, depois de ler uma biografia de S. Francisco de Assis. Mas acabaria por escolher outro tipo de sacerdócio e, enquanto era monge beneditino, licenciou-se em História na Universidade de Lovaina, doutorando-se depois em história medieval com a tese “Le Monachisme ibérique et Cluny: les monastéres du diocése de Porto de l’an mille à 1200”.
    Em finais dos anos 1960 e inícios da década de 70, José Mattoso assume uma mudança de rumo: abandona os votos religiosos. Havia uma “incompatibilidade com o teor de vida” seguido no mosteiro, explicaria ele. “Nessa altura ganhavam relevo as experiências de evangelização nos meios pobres da América Latina apoiados por bispos e religiosos de mentalidade não clerical, como Hélder Câmara, Óscar Romero, Leonardo Boff e outros. Decidi casar-me e, com a minha mulher, pôr-me ao serviço de um bispo que nos aceitasse. Fizemos alguns contactos nesse sentido, mas um dos bispos a quem escrevemos aconselhou-nos a adiar a decisão durante algum tempo, para nos adaptarmos à vida laica.” Entretanto, aceitou um convite da professora Virgínia Rau, da Faculdade de Letras de Lisboa, para preencher uma vaga de professor convidado de História Medieval. Se o ensino universitário lhe deu um sustento, Mattoso continuaria ligado à fraternidade secular dos Irmãozinhos de Charles de Foucauld.
    Nos anos 1980, após tornar-se professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, publicou obras importantes. Além de “A nobreza Medieval Portuguesa – A Família e o Poder” (Estampa), de 1981, e de “Religião e Cultura na Idade Média Portuguesa” (INCM), lançado um ano depois, em 1985 seria a vez de “O Essencial sobre a Formação da Nacionalidade” (INCM) e, acima de tudo, “Identificação de um País – Ensaio sobre as Origens de Portugal” (Temas e Debates), livro importantíssimo e original que nasce da insatisfação de “não encontrar na historiografia portuguesa respostas para muitas interrogações que a moderna ciência histórica não pode deixar de colocar.”
    Logo na introdução, o historiador diz ao que vem e para onde orientou o seu empreendimento: “A minha curiosidade orientou-se especialmente para os homens concretos, a sua maneira de viver e de pensar. As instituições, as estruturas, as formações sociais e económicas interessaram-me, sobretudo na medida em que os podem revelar. Mas o que mais me atrai no passado medieval é a mentalidade: como é que os homens viam o mundo e se organizavam para tentarem dominar a realidade, nessa época tão diferente da nossa? (…) Mais do que exaltar a pátria, interessa-me o relacionamento dos portugueses uns com os outros.” Noutra passagem, observa: “A resposta do passado medieval, pelo menos a que ouvi, foi esta: Portugal é irredutível e simultaneamente uno e múltiplo. A História convida-nos a viver com as incomodidades daí decorrentes e a tentar tirar delas algum partido.”
    Em 1988, José Mattoso foi presidente do Instituto Português de Arquivos, área à qual regressaria como diretor da Torre do Tombo entre 1996 e 1998, e na temporada em que residiu em Díli, Timor-Leste, entre 1999 e 2006, após obter a reforma antecipada como professor universitário. Ali trabalhou na recuperação do arquivos Nacional e da Resistência, ao mesmo tempo que lecionou no Seminário Maior e colaborou com o ISMAIK – Instituto Secular de Irmãos e IrmãsUnidos em Cristo. “Não me sinto bem em público. Procurei sempre ser discreto nos cargos que desempenhei. Não olho para a minha própria história, a não ser do ponto de vista da minha relação com Deus”, disse ao Expreso em 2021.
    Ainda nos anos 1990, surgem volumes como “A Identidade Nacional” e “Portugal – O Sabor da Terra” (Temas e Debates), este último subtitulado “um retrato histórico e geográfico por regiões”, feito em parceria com a geógrafa Suzanne Daveau e o fotógrafo Duarte Belo. Em 1999, dá à estampa o ensaio “A função da História no mundo de hoje”, tema que o ocuparia noutros livros, como no mais recente, de 2020, “A História Contemplativa” (Temas e Debates), onde resume a sua metodologia e explica o seu pensamento, “positivo e não positivista”: “A História devia ser considerada na perspetiva totalizante da visão contemplativa, e não apenas na perspetiva analítica que preside à crítica da veracidade.” Dito de outra forma, “um aprendiz de historiador deveria olhar para o passado da Humanidade numa atitude ‘contemplativa’, ou seja, ver a realidade de um ponto fixo a partir do qual pudesse abranger todo o passado, e inserir nele tudo aquilo que o tempo eliminou, mas do qual deixou rastos”.
    A História de Portugal
    José Mattoso teve uma produção prolífica, publicando acima de 30 livros. Coordenou uma “História de Portugal” e a “História da Vida Privada em Portugal”. Além de catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, exerceu a atividade docente noutras instituições, como a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e o Instituto Superior Técnica. Fora das fronteiras, foi professor e conferencista nas universidades de Paris (Sorbonne), Bordeaux, Poitiers, Santander, Santiago de Compostela, Sevilha, Oviedo e Roma. Foi também depositário de vários prémios relevantes, e foi o primeiro a receber o Prémio Pessoa, em 1987. Em 1992, foi-lhe outorgado o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago de Espada. O seu olhar sobre Portugal manteve-se agudo até ao fim: em 2021, na sua última entrevista, disse que Portugal “continua a ser um país rural” em que a “distribuição da riqueza é muito desigual”. Nessa oportunidade, afirmou que, para ele, a História estava em segundo plano. “O mais importante é a relação com Deus.”
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    You, Tania Bettencourt Correia, Rosely Forganes and 8 others